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Vacina do Butantã é segura, mas aval sobre eficácia fica para o fim do ano

O governo de São Paulo anuncia nesta segunda-feira, 19, que a vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantã em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, se mostrou segura também em testes com 9 mil voluntários brasileiros, reafirmando os resultados de pesquisa anterior com 50 mil participantes chineses. Os dados de eficácia, porém, devem ser divulgados somente entre novembro e dezembro, o que deve atrasar a previsão do governador João Doria (PSDB) de iniciar a imunização ainda neste ano.

De acordo com Dimas Covas, diretor do Butantã, os testes com os 13 mil voluntários não foram finalizados e a análise de eficácia ainda não pode ser feita. O pesquisador afirmou que foi concluída nesta semana só a primeira etapa do estudo, com 9 mil pessoas. Mesmo nesse grupo, nem todos tomaram as duas doses ainda, o que deve ocorrer até o fim do mês. "Já temos os dados de segurança dessa etapa, eles são muito parecidos com os chineses (estudo em que mais de 90% dos voluntários não tiveram eventos adversos).

"São esses dados que vou detalhar na segunda. Eficácia ainda não dá para falar porque temos de esperar as pessoas terem contato com o vírus. Pela minha impressão, acho que teremos dados conclusivos mais para o fim do ano, entre novembro e dezembro", disse ao Estadão.

Eficácia da vacina

Covas explicou que as conclusões sobre eficácia dependem da ocorrência de um número mínimo de infecções por covid-19 entre os voluntários. Esse índice, definido por cálculos estatísticos, é necessário para que os pesquisadores comparem quantos dos contaminados estavam no grupo vacinado e quantos faziam parte do grupo que recebeu o placebo. Se o total no segundo grupo for significativamente superior ao do primeiro, haverá evidência de que a vacina foi capaz de proteger contra a covid.

No caso do estudo da Coronavac, o número mínimo para uma primeira análise é de 61 contaminados, o que, de acordo com o diretor do Butantã, ainda não foi atingido. "Esse é o número necessário para que possamos fazer a análise interina (tipo de avaliação feita antes da conclusão da pesquisa). Se com 61 casos não for possível demonstrar a eficácia, vamos esperar ter 151 casos. Aí certamente conseguiremos concluir."

Com resultados de eficácia esperados somente para novembro ou dezembro, é improvável que o início da vacinação aconteça ainda em 2020 não só pelo tempo que falta para os testes serem concluídos, mas também pelo prazo para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analise as informações e emita o registro do produto.

A análise da vacina

Embora o órgão tenha criado um novo fluxo de análise, que permite aos pesquisadores enviarem de forma contínua os dados da pesquisa assim que eles são produzidos, só informações das fases pré-clínicas (testes feitos em laboratório ou animais) da Coronavac já estão com a agência, como afirmou ao Estadão Gustavo Mendes, gerente geral de medicamentos da Anvisa. "Ainda não recebemos os dados de fase 1 e 2, por exemplo, mas alguns pesquisadores preferem enviar os dados de todas as fases clínicas de uma vez só", afirmou.

Ele conta que, mesmo diante de um momento de emergência como o da pandemia, a análise dos estudos precisa seguir alguns trâmites e destaca que análises interinas nem sempre apresentam dados suficientes para a liberação do registro. "A grande questão da análise interina é que, dependendo do porcentual de voluntários infectados, ela pode não ter um poder estatístico para confirmar a eficácia. Para subsidiar registro, a análise interina precisa ter evidência muito robusta", explica.

Mendes destaca que o prazo máximo para a agência avaliar um pedido de registro de um medicamento ou vacina contra covid é menor do que o adotado para situações normais - dois meses, ante um ano. Mas a análise não é simples. "Um pedido de registro inclui aproximadamente 10 mil páginas de documentos. A gente avalia informações de eficácia e segurança, mas também de qualidade da produção. Precisamos emitir uma certificação para a fábrica na China que vai produzir as doses", detalha.

Por causa da pandemia, a agência reviu suas regras também quanto à eficácia mínima exigida para a concessão do registro para a vacina. Geralmente, imunizantes só são aprovados se conferirem a partir de 70% de proteção. Para vacinas contra covid, a Anvisa já admite que poderá conceder a licença com 50%.

Caso a Coronavac seja aprovada, já há acordo entre o governo paulista e a farmacêutica chinesa para o fornecimento de 46 milhões de doses ainda este ano.

Presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia, Ricardo Gazzinelli defende que haja um tempo maior de seguimento dos voluntários antes de ser solicitado o registro. "O ideal é que fossem pelo menos dez meses para medir eficácia", afirma.

Análise medirá também ação da vacina na redução de casos graves

As análises de eficácia em um estudo de vacina podem medir não só quanto o produto é capaz de reduzir infecções, mas também outros resultados associados à prevenção da doença. "Os pesquisadores podem querer medir o número de infecções, mas podem também verificar se houve redução de mortalidade, se houve redução de casos graves", explica Gustavo Mendes, gerente geral de medicamentos da Anvisa.

De acordo com informações do site Clinicaltrials.gov, portal do governo americano que reúne informações de ensaios clínicos, os dois desfechos primários que serão medidos no estudo da Coronavac são a incidência de covid nos voluntários duas semanas após a aplicação das duas doses e a ocorrência de eventos adversos. Mas a pesquisa prevê ainda monitorar outros sete desfechos secundários, entre eles a incidência de casos graves de covid, a incidência da doença com apenas uma dose do imunizante, a taxa de soroconversão (quando os anticorpos contra a doença passam a ser detectáveis por exames), entre outros.

A Coronavac é hoje a vacina com pesquisas em estágio mais avançado no Brasil, com 9 mil voluntários já imunizados. O imunizante desenvolvido por Oxford em parceria com a Astrazeneca está em etapa similar, com 6 mil dos 10 mil voluntários já vacinados com ao menos uma dose.

‘Plantão extra’ na corrida por voluntários

Na corrida pela vacina contra a covid-19, os 16 centros de estudo da Coronavac espalhados pelo País estão sendo estimulados pelo Instituto Butantã a acelerar o recrutamento de voluntários. No Instituto de Infectologia Emílio Ribas, um dos hospitais que participa da pesquisa, foi montada uma força-tarefa para atingir o número esperado de participantes ainda neste mês.

A unidade, que iniciou a imunização de voluntários no final de julho, passou, em setembro, a funcionar também aos sábados. Na mesma época, a equipe que trabalha no estudo foi ampliada de 24 para 40 profissionais. Até o diretor do Emílio Ribas, Luiz Carlos Pereira Júnior, entrou na escala para fazer triagem e consultas com os inscritos. "Particularmente, me motivei demais porque sou médico e não poderia me furtar em contribuir com o time nesse projeto que tem uma finalidade tão nobre.

Após a perda de mais de 1 milhão de pessoas no mundo, sendo 150 mil brasileiros, ajudar a parar essa trágica estatística é o que nos dá todo esse entusiasmo, não só a mim, mas a toda a equipe", disse Pereira Júnior.

Há seis semanas, o diretor, que também é infectologista, concilia as atividades administrativas nos dias úteis com o atendimento de voluntários nos fins de semana.

O esforço se repete entre outros profissionais, que cancelaram férias e trabalham até 14 horas por dia para atender o maior número possível de voluntários. O Estadão esteve na sexta-feira no centro e acompanhou a rotina de pesquisadores e voluntários, desde o primeiro atendimento até a imunização de fato.

De acordo com Ana Paula Rocha Veiga, infectologista e coordenadora do estudo de campo da Coronavac no Emílio Ribas, a força-tarefa teve resultados. "Nos dois primeiros meses de atendimento (julho e agosto), fizemos a imunização de 190 voluntários. Com a ampliação dos atendimentos em setembro, chegamos a 550 e agora estamos com 750 participantes com pelo menos uma dose tomada", conta ela, entusiasmada. No Emílio, participarão mil voluntários. Somados todos os centros, serão 13 mil - metade receberá a vacina e a outra metade, placebo.

Cada participante inscrito, antes de tomar o imunizante ou o placebo, precisa passar por consulta médica, exames de sangue, de urina e PCR, para descartar uma infecção pelo coronavírus. Após o resultado dos testes, o participante é liberado para ser vacinado. Todos esses procedimentos são feitos na primeira visita ao centro. Catorze dias depois, o participante volta ao Emílio Ribas para tomar a segunda dose do imunizante ou placebo. Na ocasião, ele passa novamente por consulta e exames. Depois das duas visitas para a aplicação do produto, o paciente passa ainda por mais seis consultas presenciais mensais e acompanhamento semanal por telefone ou mensagem.

Sigilo

Tanto as doses da Coronavac quanto as de placebo ficam guardadas na sala secreta ou sala do sigilo. Somente duas enfermeiras têm acesso ao local. Após receber a primeira dose, o participante ganha um diário em que deve anotar a temperatura dos dias seguintes e outros sintomas que possam aparecer, como dor, enjoo, inchaço no local da aplicação, entre outros. A primeira dose é sempre aplicada no braço direito. A segunda, no braço esquerdo.

Entre os voluntários, a maior ansiedade é saber quando serão informados se tomaram placebo ou a vacina. "Me inscrevi porque queria ajudar na pesquisa, mas também porque tenho esperança de ter tomado a vacina verdadeira e ela ser efetiva", conta a dentista Elizabeth Paisana Yshay, de 50 anos, que já tomou as duas doses.

A enfermeira Silvana Morais, de 53 anos, tomou a primeira dose nesta semana depois de ser estimulada por um colega médico. "Ele disse que era segura a vacina e me inscrevi por solidariedade. Quanto mais pessoas se dispuserem, mais rápido teremos uma vacina para todos, inclusive no SUS."

Fonte: Estadão Conteúdo

Sai edital de seletivo para profissionais na área da Saúde; salário R$ 2.234

Foi lançado neste sábado (17), o edital de processo seletivo simplificado para cadastro de reserva para contratação de fisioterapeutas e nutricionistas. Os profissionais atuarão nos serviços de reabilitação Pós-Covid, com início previsto para novembro de 2020, no Centro Integrado de Reabilitação (Ceir). acesse o edital.

As inscrições- que são gratuitas- seguem até o próximo dia 21 e serão feitas, exclusivamente, pelo site da Associação Reabilitar, entidade social que administra o Ceir e é responsável pelo seletivo. O currículo acompanhado das respectivas comprovações deve ser enviado no momento da inscrição.

A remuneração para ambos os cargos é de R$  2.234,37. O resultado da inscrição e análise curricular serão divulgados no dia 25 de outubro, no site da Associação Reabilitar.

O processo seletivo será dividido em duas etapas: análise de currículo e entrevista. No dia 27 de outubro será divulgado o calendário com as datas e horários das entrevistas, que serão realizadas entre os dias 28 e 31 de outubro. A previsão para a divulgação do resultado final é 2 de novembro.

O seletivo é para cadastro de reserva e ainda não há previsão de quantos profissionais serão contratados. Fonte: Cidadeverde.com

Governador não descarta a volta de medidas mais rígidas de combate à Covid-19 no Piauí

O governador Wellington Dias (PT) afirmou nesta quinta-feira (15) que o governo do Piauí não descarta a possibilidade de voltar a adotar medidas mais rígidas, como lockdown, diante do aumento do número de casos e mortes por Covid-19 nas últimas semanas.

O chefe do executivo chegou a relacionar as aglomerações, registradas na capital e no interior, durante o período de campanha eleitoral, como causas que contribuíram para o aumento da média de casos e mortes.

“É preciso analisar qual o impacto que tem as atividades da política, do ano de eleição. A gente percebe que tem um casamento desse crescimento do número de casos  pós-convenções , mas desse tema quem vai tratar é o Tribunal Regional Eleitoral, que é quem faz o regramento das eleições.  De qualquer maneira, queremos seguir a ciência. Queremos ter a proteção da vida. O comitê vai apresentar as sugestões e a partir daí vamos abrir um diálogo, inclusive com o TRE”, disse.

Wellington Dias também voltou a citar preocupação com a possibilidade de uma segunda onda de casos da Covid-19 no Piauí e defendeu a volta de um maior rigor nas ações de fiscalização, na capital e no interior.

“Veja o que está acontecendo em outros países. Países que já tinham superado a doença e estão tendo que voltar ao isolamento mais rígido, voltar às medidas limitação de número de pessoas ainda maior”, citou Wellington Dias.

Fonte: Cidade Verde

No Piauí, 79% dos municípios têm ao menos um óbito por Covid-19, revela boletim da Sesapi

O Piauí contabilizou, nesta quinta-feira (15), mais oito mortes por covid-19 e 827 novos casos de infecção pelo coronavírus. Os dados atualizados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) indicam que não houve recuo na média de novos óbitos, após o crescimento verificado na última semana. Além disso, municípios que não tinham vítimas da doença entraram no mapa da covid-19. 

Os principais números desta quinta-feira (15/10)
- 08 mortes confirmadas / 2.269 no total
- 827 casos confirmados / 101.156 no total
- Média dos últimos 7 dias: 10 mortes / 576 casos
- UTIs: 178 internados (ocupação de 49,31%)

Subiu para 177 o número de municípios com mortes por covid-19 - Santo Antônio de Lisboa entrou na lista. Dos 224 municípios do estado, 79% têm ao menos um óbito confirmado. 

Só nesta semana, quatro municípios do Piauí entraram no mapa dos óbitos por covid. Além de Santo Antônio de Lisboa, foram registradas as primeiras mortes de Jardim do Mulato, Arraial e Paquetá. A média é de uma nova cidade por dia entrando na lista desde segunda-feira (12). 

Principal assunto da semana no que diz respeito aos números da pandemia, a média de novas mortes no Piauí segue estável depois do crescimento registrado na semana passada - aproximadamente 10 por dia. Foram 53 óbitos nos últimos cinco dias - quase o mesmo número da semana entre o fim de setembro e o início de outubro. 

Novos óbitos

Das oito mortes confirmadas nesta quinta-feira, cinco foram da capital. 

- Cajueiro da Praia - 1 (mulher, 84 anos)
Total do município: 10

- Manoel Emídio - 1 (mulher, 85 anos)
Total do município: 6

- Santo Antônio de Lisboa - 1 (homem, 77 anos)
Total do município: 1

- Teresina - 5 (homens, 52, 62, 67 e 69 anos; mulher, 82 anos) 
Total do município: 1.072

Os números do boletim podem incluir tanto mortes ocorridas nesta quinta-feira como de dias anteriores, mas que somente agora tiveram o resultado do exame do coronavírus recebido pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi). 

Os casos e óbitos de todos os municípios estão na tabela em nosso gráfico diário. 

Rafael Fonteles recebe alta hospitalar após diagnóstico de covid-19

O secretário de Fazenda, Rafael Fonteles, teve alta hospitalar nesta quinta-feira (15). O gestor estava internado no Hospital da Unimed para tratamento da covid-19. Fonteles testou positivo para o novo coronavírus no início do mês.

Em nota divulgada pela assessoria de imprensa da Sefaz, o órgão informa que o secretário vai continuar o tratamento em casa seguindo orientações médicas.

Confira a nota na íntegra:

O secretário estadual da Fazenda, Rafael Fonteles, teve alta nesta quinta-feira (15) do Hospital Unimed, em Teresina, onde estava internado desde sábado (10) para tratamento contra a covid-19. Ele testou positivo para a doença no início de outubro e, seguindo as recomendações médicas, vai completar o tratamento em casa. 

Secretaria Estadual da Fazenda
Ascom/Sefaz



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