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“Tenho motivos de sobra para sair do PSDB”, diz Marden Menezes

O deputado estadual Marden Menezes (PSDB) é um dos poucos opositores ao governo estadual que conseguiu a reeleição. Ao O DIA, ele analisa os números do primeiro turno das eleições e avalia como será atuar na Assembleia Legislativa do Piauí, num cenário em que a oposição elegeu apenas quatro de 30 deputados. O parlamentar também comentou os números da cidade de Piripiri, sua principal base eleitoral e onde ficou em segundo lugar na disputa. Marden Menezes também comenta o desempenho do PSDB nas eleições, critica o inchaço da máquina pública estadual e diz que agora vai ouvir as bases, a família e aliados para decidir se sai ou não do PSDB.

Deputado, o governo elegeu 80% das vagas para Assembleia Legislativa e 80% para Câmara Federal. O governador foi reeleito para o quarto mandato e os senadores eleitos eram da respectiva chapa. Quais motivos levaram a esta grande vitória do governo?

A grande força do PT que é inegável ainda. O PT ainda tem força no Nordeste. O marketing do governador foi vitorioso, em desviar o foco do eleitor do Piauí para o sentimento do povo nordestino em relação a prisão do ex-presidente Lula. Quer dizer, o governador e sua base não discutiram os problemas do Piauí, os estruturais da segurança, a crise da educação, a questão da pouca resolutividade da saúde, os elevados impostos que pagamos, tudo isso ficou no segundo plano, houve uma estratégia de buscar este sentimento da população nordestina em relação a prisão do ex-presidente. No quadro nacional a polarização entre o Haddad e o Bolsonaro, você e para que a curva de queda do Wellington na hora que a candidatura do Haddad se consolida. Essa polarização puxou a candidatura do Wellington, que já era um candidato forte. Com uma máquina administrativa pesadíssima, que custa muito caro ao povo do Piauí. São dezenas de partidos debaixo do cobertor do governo. Isso custa a sociedade, mas gera um exército a favor do governador....Agora, a vitória não apaga os graves problemas que estamos vivendo. A gente tem que respeitar a vontade da sociedade e cumprir nosso papel de oposição.

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Como o senhor avalia o resultado da eleição para a oposição, que teve uma bancada bem reduzida?

Na verdade, independentemente de quantos deputados se elegem pela oposição, o modelo de governo do Wellington e do PT no Piauí é sempre de levar parte destes deputados a base do governo. Então, sempre ficam poucos deputados na oposição. Mesmo que sejam parlamentares de partidos antagônicos ao PT, é assim que ele tem construído e do ponto de vista eleitoral, o modelo dele tem dado certo. Agora, do ponto de vista da sociedade e dos avanços que poderiam ter acontecido, eu diria que o Piauí estagnou. É um governo feito para políticos e prioriza os políticos em detrimento aos serviços ofertados pela população.

A oposição terá apenas quatro deputados, como será enfrentar o governo nos debates e votações na Assembleia Legislativa do Piauí?

É uma realidade quase normal. Teve tempo que ficamos dois ou três. Essa realidade não é novidade. Eu estou mais do que calejado, não por vontade minha, eu não estou na oposição porque quero. Eu permaneci esse tempo todo na oposição em respeito a vontade popular. Desde quando me elegi, se meu candidato ao governo não logrou êxito, eu optei por ficar onde as pessoas que votaram em mim. Ninguém é oposição porque quer. Eu gosteria era de participar de uma legislatura tendo acesso e podendo apontar os erros e ser reconhecido e ajudar na estrutura de montagem de governo, corrigir essas distorções gravíssimas. O Piauí tem hoje 69 unidades gestores, quando a gente sabe que precisaria metade disso.

Eu gostaria de participar, mas não tenho como apoiar o governo contra meus princípios e que na minha opinião entrega muito pouco a sociedade. Se a minha preocupação fosse ter prestígio político e comodidade nas minhas eleições, talvez eu estivesse lá, mas eu não estou na política por causa disso. Eu venho nessa luta e independentemente de ser três ou quatro na oposição, eu posso falar por mim, o trabalho do Marden. Até porque os quatro que em tese são de oposição, é cada um de um partido diferente, então precisa ter uma harmonia, e ser construída com diálogo, alinhamento. Para a democracia não é bom, para o legislativo também não e nem para a sociedade, quando há uma maioria enorme, porque a tendência é que toda matéria que venha do Palácio de Karnak tenha uma aprovação em massa. Ainda que na prática a matéria não traga benefícios.

O senhor falou do histórico do governo em deixar a maquina pública muito grande. O senhor acha que isso prejudica em que aspecto?

O PP já entregou um documento pedindo redução de cargos, o senhor acha que com esse grande número de partidos na base, algum acabe rompendo? Se isso vai acontecer ou não, eu não tenho como prever. Eu não vi a proposta do PP, mas se apresentou essa proposta já mostra uma preocupação com o rumo para o qual o Piauí vem seguindo, que é o rumo da inadimplência. Qual é o grande problema desta máquina pesada? É que o dinheiro que vai para sustentar suplente, 14 suplentes, por exemplo, esse dinheiro sai do erário que podia tá no remédio, no equipamento do policial, numa estrada, e está sendo usado para sustentar partido e para manter cargos políticos. Você tem que ter um tamanho da estrutura administrativa que o serviço tem que ser prestado com eficiência, com custo menor e que sobre dinheiro para investimentos onde a sociedade precisa, que é educação, saúde e segurança. Não dá é para o professor ter negado um reajuste o governo colocar aqui 14 suplentes. A sociedade é que paga essa conta. Agora se houve uma proposta mesmo terei interesse em estudar, porque qualquer proposta neste sentido, é importante para acabar com a sobreposição de função. Tem vários órgãos fazendo a mesma coisa. O governo cria órgãos para fazer e o que outros órgãos já faziam. Isso é desperdício puro e completo dinheiro público.

Em nível local, o PSDB foi reduzido a uma presença em poucas prefeituras e uma vaga na Assembleia Legislativa. Tem a Prefeitura de Teresina, mas dois aliados do prefeito foram candidatos por outro partido. Como o senhor acredita que deve ser a recomposição do PSDB? O que o partido tem que fazer para se organizar no Piauí?

Eu tenho dito que diante do que está acontecendo eu terei com muita responsabilidade e cautela do ponto de vista pessoal, vou ter que fazer uma análise minha mesmo, com minhas bases, lideranças que tiveram conosco, conversar com o presidente do partido, deputado Luciano Nunes, familiares, vou consultar todos que são importantes na minha trajetória política para tomar uma posição. Tenho muitos motivos, me decepcionei com muita coisa que aconteceu dentro do PSDB. Tenho muitos motivos para não ficar, e para ficar, e tenho motivo de sobra para não ficar, isso vai depender desses diálogos, dessas escutas, até porque tenho 17 anos de partido. Foi a única sigla pela qual exerci meus mandatos, mas essa falta de identidade no plano nacional, que não soube bem ocupar seu espaço e pensar seu papel no cenário político, isso me causa preocupação. Então vou analisar com calma o resultado do segundo turno, fazer uma reflexão pessoal, conversar com as bases e pensar meu futuro. Eu reafirmo que serei oposição ao governo estadual, já em relação ao PSDB terei que ter essa reflexão, vou tentar diálogo no plano nacional e não houve o encurtamento da distancia entre o plano nacional e o Piauí. Queríamos uma proximidade maior. Tudo isso causa o desconforto hoje. Vamos avaliar com calma.

Edição: João Magalhães
Por: Breno Cavalcante

No Piauí, Haddad diz que "Bolsonaro é ameaça real à democracia"

No Piauí, o candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, não poupou críticas ao adversário Jair Bolsonaro (PSL) ao qual chamou de "nada" e "ameaça real". Em entrevista exclusiva à TV Cidade Verde, o petista também reconheceu erros do Partido dos Trabalhadores (PT) e disse que os eleitores não podem deixar ser levados pelo sentimento de raiva.

"A desoneração tributária feita nos dois últimos anos do primeiro mandato da Dilma, imaginando que com isso os empresários iam gerar emprego, se mostrou equivocada. Quando ela tentou corrigir, a oposição não deixou. A falta da reforma política foi outro problema. O que não acho justo é jogar a criança fora com a água do banho. Isso que não acho justo para o país. Vamos mudar radicalmente, voltar para trás, 50, 60 anos com o Bolsonaro. Vamos jogar a criança com a água do banho. Joga a água do banho que está suja, corrige o que tiver que corrigir e retoma um projeto que deu certo", disse o presidenciável.

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Fernando Haddad também classificou o adversário político como uma "ameaça real" à democracia.

"Essa raiva sobre os erros não pode fazer você se voltar contra seus filhos. A gente não pode tomar uma decisão equivocada como essa. Bolsonaro é um nada, 28 anos de deputado federal. Ele é um nada, é vazio, é pura violência. A gente tá alertando sobre isso, chegar a uma conclusão que a classe política já chegou. Talvez, ele seja o pior parlamentar da história desse país. Não é brincadeira. Há cinco anos, ele era visto como uma caricatura. Hoje, uma ameaça real", disse o petista.

Haddad comentou ainda sobre a "onda" de fake news supostamente financiadas por empresários pró- Bolsonaro.

"A nossa Polícia Federal é uma das melhores do mundo. Se quiser, pega o empresário que usou dinheiro sujo para favorecer o Bolsonaro com a conivência dele ou não [...] se a PF quiser prender e obter uma delação premiada, consegue isso antes do 2º turno", declarou o candidato.

Projetos para o Nordeste

O presidenciável destacou melhorias na Educação e prometeu investimentos em Infraestrutura.

"Nós fizemos na Educação um trabalho muito importante. Agora temos que fazer em Infraestrutura. Você combinar Infraestrutura com Educação não tem região que cresça. É o que sempre digo: um livro numa mão e uma carteira de trabalho assinada na outra. Acordar e ter para onde ir, você resolve a vida do brasileiro", disse o petista.

A retomada de projetos sociais como Luz Para Todos e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também está entre as propostas de Haddad, bem como a criação de novos programas.

Facebook remove 68 páginas e 43 contas pró-Bolsonaro

O Facebook removeu nesta segunda-feira, 22, um grupo de 68 páginas e 43 contas da rede social que, juntas, formavam a maior rede pró-Bolsonaro da internet. Segundo a empresa, os donos dessas páginas violaram as políticas de autenticidade e spam ao criar contas falsas e múltiplas contas com os mesmos nomes para administrar essa rede. O conteúdo compartilhado pelas páginas não teve influência sobre a decisão do Facebook.

Juntas, essas páginas, controladas por um grupo chamado Raposo Fernandes Associados (RFA), tinham mais engajamento na internet do que jogadores e artistas mundialmente famosos, como Neymar, Anitta e Madonna.

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O caso veio à tona após reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicar uma investigação sobre a RFA em parceria com a ONG americana Avaaz. A matéria mostrou como um casal - o advogado formado pela USP Ernani Fernandes e sua mulher, Thais Raposo - montou um "império" de páginas e sites com apoio de conhecidas figuras conservadoras no País, como Alexandre Frota e Marcello Reis, do Revoltados Online. O Facebook investigava a rede há meses em sigilo.

No dia 12 deste mês, o Estado revelou que somente nos últimos 30 dias, os endereços dessa rede pró-Bolsonaro alcançaram 12,6 milhões de interações no Facebook - ou seja, o total de reações a postagens, comentários e compartilhamentos. Mais de 16 milhões de pessoas seguem essas páginas. Nos mesmos 30 dias, o jogador Neymar acumulou 1,1 milhão de interações, a cantora Anitta conseguiu 574,8 mil e Madonna, 442,5 mil.

"Autenticidade é algo fundamental para o Facebook, porque acreditamos que as pessoas agem com mais responsabilidade quando usam suas identidades reais no mundo online. Por isso, exigimos que as pessoas usem seus nomes reais e também proibimos spam, uma tática geralmente usada por pessoas mal intencionadas para aumentar de maneira artificial a distribuição de conteúdo com o objetivo de conseguir ganhos financeiros", diz a nota do Facebook.

A empresa que administra o grupo é a Novo Brasil Empreendimentos Digitais Ltda, de propriedade do advogado Ernani Fernandes Barbosa Neto e de Thais Raposo do Amaral Pinto Chaves. As páginas da rede são sempre identificadas com a sigla RFA na descrição.

Embora se declarasse como independente, a rede administrava endereços como Apoio a Jair Bolsonaro e, durante a divulgação dos resultados do primeiro turno, comemorou nas páginas vitórias como a dos candidatos Eduardo Bolsonaro e Janaina Paschoal, ambos do PSL.

Procurado pela reportagem, o advogado Ernani Fernandes e sua mulher, Thais Raposo, não se manifestaram até a publicação desta reportagem.

Estadão Conteúdo

Deputada Marden Menezes visita a deputada estadual Teresa Brito (PV)

O Deputada Estadual Marden Menezes  visitou a deputada eleita Teresa Brito (PV), num diálogo para a construção do bloco de oposição na ALEPI para a próxima Legislatura. "Independentemente do número de parlamentares, vamos trabalhar com estudo, atenção, responsabilidade e contundência, na defesa na sociedade piauiense". Disse o deputado Marden.marden.jpg

Após micareta no MA, Haddad promete gás barato e aumento do Bolsa Família

Na tentativa de consolidar e expandir seu eleitorado na região Nordeste, o candidato à Presidência da República Fernando Haddad (PT) prometeu aumentar em 20% o valor dos benefícios do Bolsa Família e implementar um teto de R$ 49 no valor do gás de cozinha. As promessas foram feitas durante um discurso neste domingo (21) em São Luis (MA).

Ao lado do governador reeleito do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e da sua mulher, Ana Estela, Haddad prometeu que, se for eleito, o aumento no valor do Bolsa Família e a redução no preço do gás entrariam em vigor em janeiro de 2019.

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"Quero dizer para vocês. Bolsa Família em janeiro: 20% de acréscimo. Porque as famílias estão sofrendo muito. Quem tem hoje um benefício de R$ 200 vai passar a ter um benefício de R$ 240, para enfrentar a carestia", disse Haddad, que não explicou de onde sairiam os recursos para bancar o reajuste.

O candidato também apresentou um limite de valor para o gás de cozinha. "Eu quero avisar que no dia 1º de janeiro, vamos tomar uma medida. Em nenhum lugar do país, o gás vai poder custar mais que R$ 49", disse.

A ida a São Luís faz parte de uma série de viagens que Haddad iniciou na semana passada em direção ao Nordeste, região onde o PT conseguiu suas principais vitórias no primeiro turno das eleições.

A fala sobre o gás e o Bolsa Família levou os espectadores do discurso ao delírio. A todo momento, se ouvia o termo "virada" de políticos e apoiadores. Haddad pediu um esforço dos apoiadores para tentar conquistar um ponto percentual por dia da diferença para Bolsonaro.

Micareta
O candidato do PT percorreu a pé e em carro aberto as ruas do bairro Anil, na periferia de São Luís, por cerca de uma hora na manhã deste domingo. A região parecia receber uma micareta, em um Carnaval fora de época.

Uma fanfarra tocava músicas populares, como "Anna Julia", do grupo Los Hermanos, e canções do grupo Chiclete com Banana, além de jingles da campanha executados pelo sistema de som.

Haddad só se soltou quando Flávio Dino começou a pular no carro aberto. O petista também se agitou e cantou junto.

O ato foi marcado ainda por gritos de "ele não" e manifestações lembrando a vereadora Marielle Franco, assassinada em março. Haddad segurou uma placa de trânsito com o nome dela, como a que foi destruída por apoiadores de Bolsonaro.

O petista ainda distribuiu rosas aos apoiadores, que tentavam abraçá-lo a todo custo.

O bairro estava cheio de adesivos sobre a candidatura do petista. Outros mais antigos traziam Dino ao lado de candidatos a deputado, sempre sem a figura do presidenciável. Ao contrário dos atos no Ceará no sábado, não se viam manifestações pró Bolsonaro.

Fonte: Uol



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