Dia da Consciência Negra é celebrado em sessão na Alepi
- Detalhes
- Categoria: Política
- Publicado: Terça, 19 Novembro 2019 12:15
- Escrito por Redação
A Assembleia Legislativa do Piauí realizou, na manhã desta terça-feira (19), sessão solene em comemoração ao Dia da Consciência Negra, que é comemorado no dia 20 de novembro. A sessão foi um requerimento do deputado estadual Marden Menezes – PSDB, e contou com a presença de representantes de movimentos populares da raça negra, umbanda e candoblé, dentre outros, além de políticos como o prefeito de Picos, Padre Valmir(PT) e o deputado Pablo Santos (MDB). Foram ainda registradas as presenças dos líderes religiosos Mestre Diogo Alves; Mestre Tucano, Fátima e Cláudio Zumbi; e Vagner Mesquita.
O deputado Marden Menezes falou da importância da comemoração do Dia da Consciência Negra, citando as palavras da sociedade e das comunidades afro-descendentes, que sempre lutaram por seus direitos e pela liberdade.
Para Marden, foram as lutas dos movimentos negros, a partir do Zumbi, que garantiram os avanços da sociedade brasileira. Se não fossem os negros, não seríamos o país que somos”, disse o parlamentar, acrescentando que “a umbanda teve papel importante para o equilíbrio social, organizando movimentos culturais e religiosos e a luta pelos direitos de todos”.
Uma das coordenadoras do movimento negro do Piauí, Fátima Zumbi agradeceu o espaço conquistado na Assembleia Legislativa, ressaltando que “para chegar até aqui muitos negros morreram e foram explorados”.
Quanto à data, comemorada neste dia 20 de novembro, Fátima destacou que “não adianta se comemorar um dia. Hoje todos os dias são dia da consciência negra.” E concluiu: “É um absurdo que em pleno século 21 vivamos demonstração de racismo e constrangimento apenas por termos a pele negra. Se antes não ocupávamos nenhum ou pouco espaço, Zumbi dos Palmares veio para mostrar à história que raça não tem religião e nem identidade”.
Mestre Tucano, vice-presidente da Associação Cultural de Capoeiristas e mestre em Capoeira, agradeceu à Assembleia e ao autor da homenagem, deputado Marden Menezes (PSDB).
Diogo Alves, também capoeirista, falou sobre a morte de Zumbi dos Palmares e do dia da Capoeira, destacando que os movimentos servem para lembrar a importância das raças. Ele agradeceu ao autor da homenagem e a todos os presentes.
Falou também o Pai Flávio de Ogum, para dizer que é fácil falar do negro, pois difícil é ser negro. Por ser umbandista, ele disse que pertencer à umbanda e ser negro, ao mesmo tempo, é pior ainda, e que quem quiser saber quanto é difícil ser as duas coisas basta usar um fio de contas no pescoço e um turbante na cabeça e sair andando pelas ruas.
Ingrid Silva, presidente do Tucanafro, falou sobre a importância do dia da Consciência Negra, lembrando o papel da Capoeira, pois ela modifica e salva as pessoas. Por isso, pediu que a capoeira seja olhada também pelo coração. Ela disse que os movimentos negros, capoeiristas e umbandistas não conseguem o devido apoio para a realização de seus eventos junto aos órgãos culturais do Estado.
O deputado Henrique Pires (MDB) parabenizou o colega Marden Menezes pela homenagem, afirmando que a ignorância é que gera o preconceito. Outro que também falou no evento foi o ex-deputado Joel Rodrigues, atual prefeito de Floriano, para dizer que aos 22 anos de idade, como filho de carroceiro, começou a colaborar com os heróis das raças, ajudando a definir seus espaços.
Cláudio Zumbi foi o último a usar a palavra, para dizer que não é verdade o que dizem os preconceituosos, ou seja, que os negros gostam de se vitimizar. Em seguida, recitou uma poesia de sua autoria.
A homenagem ao Dia da Consciência Negra, é comemorado oficialmente no dia 20 de novembro, e o dia da umbanda, que é comemorado no dia 15 deste mês. "Foi uma oportunidade para continuar conscientizando a sociedade contra o racismo e o preconceito, além de discutir ações e políticas públicas em prol da igualdade e integração social". Disse o deputado.
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.” Nelson Mandela