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Categoria: Agora 40graus
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Publicado: Quinta, 06 Dezembro 2018 09:09
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Escrito por Redação
A criança no sinal, o pedinte nas praças do Centro da cidade e os moradores das periferias da nossa cidade: eles provavelmente fazem parte do alarmante contingente de pessoas que vive em condições de pobreza, com até R$ 406 por mês, que no Brasil é formado por 54,8 milhões de pessoas. No Piauí 45,3% da população residente em domicílios particulares permanentes vive na linha da pobreza. A análise foi apresentada pelo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) na quarta-feira (5).
O relatório indica um aumento na proporção de pessoas pobres no Brasil: em 2016, 25,7% da população estava na linha da pobreza e o percentual subiu para 26,5%, em 2017. Nesse quesito, o Nordeste aparece em posição de destaque e concentra a maior parte da população que vive com até R$ 406 mensais. Na região, 44,8% estava em situação de pobreza, o que equivale a 25,5 milhões de pessoas.
Considerando o país como um todo, segundo o IBGE, seriam necessários R$ 10,2 bilhões mensais para erradicar a pobreza. A definição de linha da pobreza é feita com base na linha de pobreza proposta pelo Banco Mundial. O Brasil não possui uma linha oficial da pobreza como parâmetro para essas análises.
De acordo com o instituto, a erradicação da pobreza é um dos temas centrais da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável, e reafirma que a temática figura há anos nos esforços analíticos e de políticas públicas no Brasil. No entanto, há retrocesso, demonstrado no levantamento nacional.
Além disso, foi registrado também o aumento da população vivendo na linha de extrema pobreza global entre 2016 e 2017, que compreende a parcela que vive com um rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 1,90 por dia, o que representa em valores atuais cerca de R$ 140 mensais. No País, em 2016 havia 6,6% da população abaixo desta linha, valor que chegou a 7,4% em 2017. Assim, mais 15 milhões de pessoas viviam abaixo da linha da pobreza nesse período.
“Aumentar a renda dos pobres reduz a desigualdade, e aumentar a renda dos ricos faz crescer a desigualdade”, diz especialista
Ao tempo que a parcela populacional de pessoas vivendo na pobreza e extrema pobreza aumentam, o teto salarial também aumenta no Brasil, levando ao “efeito cascata” no funcionalismo público, gerando um impacto estimado de quase R$ 6 bilhões.
O aumento do salário para os onze ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de R$ 33.780 para R$ 39.293 foi sancionado pelo presidente Michel Temer no final de novembro.
Estima-se que o impacto do aumento nos cofres públicos, em 2019, será de R$ 1,4 bilhão. Com “efeito cascata” nos salários do funcionalismo público, espera-se um acréscimo de mais R$ 4 bilhões nos gastos.
Para especialistas, esse reajuste intensifica a desigualdade. Em entrevista à Folha de São Paulo, Rodolfo Hoffmann, que é professor da USP com estudos acerca da distribuição de renda, afirma que “aumentar a renda dos pobres reduz a desigualdade, e aumentar a renda dos ricos faz crescer a desigualdade”.
FONTE: portalodia