Dois corpos foram encontrados na manhã deste sábado (16) no residencial Edgar Gayoso, região da Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina. Equipe do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa esteve na área, uma região de mata, e acionou o Corpo de Bombeiros para fazer a escavação. Segundo o delegado Bruno Ursulino, do DHPP, a "análise visual" aponta que as vítimas são mulheres e foram enterradas em uma cova rasa. Os corpos podem ser das duas irmãs que estão desaparecidas desde a última quarta-feira (13). Elas teriam saído de casa para um suposto encontro com criminosos que pertencem a grupo rival a de seus companheiros que estão presos. Uma delas saiu levando a própria filha de 4 anos de idade que foi abandonada em frente a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e pode ter visto a própria mãe sendo torturada e morta. 
As vítimas- que estavam com roupas semelhantes às das duas mulheres- foram enterradas, uma sobre a outra, na mesma cova rasa. Elas podem ter sido julgadas pelo chamado "Tribunal do Crime", julgamentos paralelos feitos por criminosos que cometem "infrações" que violam o próprio código de conduta do grupo organizado.
"Pela análise visual é possível ver que são mulheres. Preservamos o local do crime, aguardamos o Corpo de Bombeiros e agora é o trabalho da perícia. Tudo leva a crer que, de fato, são as duas garotas procuradas. Mas os corpos foram levados para análise no IML, serão apresentados às famílias e nos informarão o que causou a morte delas. Os corpos estavam um sobre o outro. Um deles se sobressaiu a terra e foi isso que ajudou na localização. Com o auxílio do Corpo de Bombeiros conseguimos identificar que havia outro corpo por baixo. Esse fato é um direcionamento forte para serem as garotas", disse o delegado Bruno Ursulino, ao Cidadeverde.com.
O local onde os corpos foram achados é uma área de mata de difícil acesso. Por volta de 11h, bombeiros militares retiraram os corpos da cova rasa. Ainda não há informações se as vítimas foram desovadas ou mortas no matagal.
ESTACA COM SANGUE
O delegado Bruno Ursulino disse que, aparentemente, os corpos não tinham marcas de tiros. Na área havia uma estaca de madeira com sangue que pode ter sido usada em uma possível sessão de tortura pelo "Tribunal do Crime".
"Após a perícia será confirmado se houve disparo ou não. Por meio do trabalho da perícia será possível saber se realmente houve tiros, quantificar e saber a trajetória. Elas podem ter passado por um julgamento, que é totalmente diferente do nosso, e terem recebido essa punição que, infelizmente, foi a morte. O achado dos corpos foi apenas o começo para dar aos entes queridos o direito deles as enterrarem", disse o delegado. Cidadeverde.com