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Pedófilos se passam por crianças em jogos online para cometerem crimes sexuais, diz delegado da PF

Em entrevista ao Jornal do Piauí nesta quarta-feira (4), o delegado Eduardo Monteiro, da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos da Polícia Federal (PF), alertou para a atuação de criminosos que se aproximam de crianças na internet com o intuito de obter material de pornografia infantil e explorá-las sexualmente no ambiente virtual.

Segundo a autoridade policial, um dos meios usados neste tipo de crime são jogos online. Se passando por outra criança, o pedófilo interage com a vítima lhe oferecendo itens do game. Após conseguir a confiança, a conversa migra para um aplicativo de mensagens, onde o criminoso passa a pedir o envio de fotos e vídeos com conotação sexual. 

"É muito comum eles se aproximarem, dizer que vai dar roupinha no jogo e depois chamar para conversar no WhatsApp. Ele começa a ganhar confiança fingindo ser outra criança, obtém algumas imagens e passa a chantagear a vítima para que ela mande sempre mais e nunca revele que está sendo abusada de forma virtual", explicou o delegado.

 

Na última terça-feira (3), dois homens foram presos pela PF em Teresina suspeitos de armazenar conteúdo pornográfico infantil. Um deles tinha armazenado, compartilhado e difundido mais de mil vídeos com abuso sexual infanto-juvenil e o outro teria mais de 800 vídeos armazenados com o mesmo conteúdo, principalmente de crianças do sexo masculino. 

"Fazemos uma varredura na internet, tentando identificar quem adquiriu e armazenou muito conteúdo. Esse é o nosso primeiro foco. A partir de então realizamos buscas e prisões dessas pessoas, daí começamos a identificar uma outra cadeia de pessoas, que também tinham contato com esse investigado e vai sempre evoluindo as investigações", pontuou o delegado.

Segundo Monteiro, a PF mira inicialmente o armazenamento desse tipo de material. "Há uma progressão nesses crimes. Quem consome esse tipo de conteúdo, tende a cometer os crimes de estupro, gravar e compartilhar isso na internet. Nossa atuação contra os crimes de armazenamento, que por si só é um crime hediondo, já inibe essa evolução para crimes mais graves", argumentou. Cidadeverde.com