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Bancários fazem manifestação no Piauí; categoria pode entrar em greve

O Dia do bancário foi marcado por manifestações no Piauí. Em Teresina, representantes do Sindicato dos Bancários do Piauí se reuniram em frente a uma agência, no Centro de Teresina, para protestar contra Federação Brasileira de Bancos (Febrabam). Segundo a categoria, a entidade que representa o setor patronal, está negando o aumento salarial pedido pela categoria. Uma greve, em todo o Brasil, pode ser deflagrada na próxima sexta-feira (30), caso as partes não entrem em acordo.

Os bancários iniciaram em junho as mobilizações em torno da campanha salarial de 2024. No pedido enviado pelo sindicato nacional à Febraban, eles solicitaram a reposição da inflação, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e mais 5% de reajuste salarial. A entidade patronal sinalizou com a reposição da inflação, a ser pago a partir de janeiro de 2025. A categoria rejeitou essa proposta.

O presidente do Sindicato dos Bancários no Piauí, Odali Medeiros, está em São Paulo participando da mesa de negociação.

Segurança das agências no Piauí

Segundo Thiago Soares, diretor de Comunicação do sindicato no Piauí, a questão da segurança segue preocupando os bancários no Piauí.

O sindicalista citou um projeto-piloto do Banco do Brasil que prevê a transformação de algumas agências em lojas. Isso retiraria itens de segurança hoje presente nas agências, como portas giratórias e detectores de metal. Nesse projeto somente algumas agências ofertariam o serviço de caixa e disporiam de tesouraria para a guarda de valores.

Saúde do trabalhador em foco

Dentro das reivindicações da categoria estão algumas ligadas à saúde dos trabalhadores dos bancos.

Segundo Thiago Sousa, os bancários são hoje a categoria que mais busca no Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) afastamento do trabalho para tratamento de saúde mental. Os dados do SmartLab do INSS mostram que 57,1% dos afastamentos da categoria aconteceram em virtude de doenças mentais e comportamentais. A segunda causa de afastamento são doenças Osteomuscular e Tecido Conjuntivo que foram responsáveis por 48,7% dos pedidos de licença.

"Os colegas acham normal tomar remédio para dormir, tomar remédio para controlar ansiedade. O ritmo de trabalho e as cobranças por cumprimento de metas estão adoecendo a categoria. Isso sem falar no assédio moral e até sexual dentro das agências", disse.

Por isso, na mesa de negociação está o pedido, por parte da categoria, de criação de um programa de prevenção ao adoecimento dos bancários, além do pedido da realização de campanha que combatam o assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.

Outro ponto que preocupa a categoria é o fechamento de postos de trabalho no Piauí.

"Um banco privado fechou, na semana passada, a sua agência em Regeneração. O fechamento de agência leva a precarização do atendimento dos correntistas, além de fechar postos de trabalho. Os bancos têm empurrado os serviços para o digital, mas até em grandes cidades, como Teresina, o correntista ainda tem problemas para resolver suas demandas nos aplicativos e terminais de autoatendimento, imagine em cidades onde as pessoas não têm acesso à internet em casa e não tem letramento digital para operar esses dispositivos", alertou.