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Morre Juan Izquierdo, zagueiro do Nacional-URU que passou mal em jogo da Libertadores

Cardiologistas explicam como a arritmia cardíaca pode afetar o cérebro e até matar

O jogador Juan Manuel Izquierdo, do Nacional-URU, morreu nesta terça-feira (27), aos 27 anos. O zagueiro estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, desde a última quinta-feira (22), após sofrer uma parada cardíaca provocada por uma arritmia durante o jogo entre São Paulo e Nacional-URU no Morumbi. Com informações do ESPN.Nas redes sociais, o clube do atleta publicou uma mensagem comunicando o falecimento do jogador. “Com a mais profunda dor e impacto em nossos corações, o Clube Nacional de Futebol anuncia a morte do nosso querido jogador Juan Izquierdo. Expressamos nossas mais sinceras condolências à sua família, amigos, colegas e parentes. Todo o Nacional está de luto pela perda irreparável.”

Cardiologistas explicam como a arritmia cardíaca pode afetar o cérebro e até matar. O comprometimento neurológico sofrido pelo zagueiro uruguaio Juan Manuel Izquierdo, após o mal-estar durante o jogo do Nacional-URU contra o São Paulo pela Conmebol Libertadores, é uma consequência grave que pode ocorrer em casos de arritmia cardíaca severa e parada cardiorrespiratória. O atleta faleceu nesta terça-feira.

Especialistas explicam que a arritmia cardíaca, caracterizada por batimentos irregulares do coração, pode causar tontura, desmaio e, em casos graves, comprometer o funcionamento cerebral. Isso ocorre porque o batimento irregular do coração prejudica o bombeamento de sangue para o corpo, incluindo órgãos vitais como o cérebro, o que pode resultar em danos neurológicos, como no caso de Izquierdo.

Arritmias cardíacas são alterações no ritmo do coração, que podem ser irregulares, muito rápidas (taquicardia) ou muito lentas (bradicardia). A fibrilação atrial, que levou o técnico Tite, do Flamengo, a ser internado recentemente, é um exemplo de arritmia.

"Uma arritmia cardíaca pode levar ao desmaio (síncope) porque interfere no fluxo sanguíneo normal do coração. Quando o coração bate de forma irregular, pode não conseguir bombear sangue de maneira eficaz para o corpo, incluindo o cérebro. Essa falta de sangue oxigenado no cérebro pode causar tontura e fraqueza e, eventualmente, levar a uma perda de consciência", explica o cardiologista Lucas Waldeck, da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro.

"Esse tipo de episódio é particularmente perigoso em atletas, pois o esforço físico intenso pode exacerbar a arritmia, aumentando o risco de desmaios durante a prática esportiva. Em casos mais graves, uma arritmia pode evoluir para uma parada cardíaca, em que o coração para de bombear sangue completamente."

Parada cardíacada

Esse foi o caso de Izquierdo. Após cair no gramado aos 39 minutos do segundo tempo contra o São Paulo, o zagueiro foi levado ao Hospital Israelita Albert Einstein, onde chegou em "parada cardíaca, de início indeterminado, secundária a uma arritmia", conforme boletim médico.

Ele foi submetido a manobras de ressuscitação cardiopulmonar, incluindo desfibrilação, e transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde permaneceu sedado, em ventilação mecânica e sob cuidados neurológicos intensivos.

Em um boletim posterior, o hospital informou que houve "progressão do comprometimento cerebral e aumento da pressão intracraniana". Na última comunicação antes de sua morte, a equipe médica relatou que Izquierdo estava com um "quadro neurológico crítico".

O cardiologista e médico do esporte Mateus Freitas Teixeira, diretor da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro, destaca que tanto a arritmia quanto a parada cardíaca podem levar a danos neurológicos significativos.

"Em casos graves, a arritmia não consegue bombear sangue para o cérebro e outros órgãos. Essa falha pode provocar uma irritação cerebral, levando a convulsões, o que já é um sinal de parada cardiorrespiratória grave. Isso explica o comprometimento neurológico. No caso de Izquierdo, o dano neurológico foi uma consequência direta da parada cardíaca. O período de parada, seguido das manobras de ressuscitação com choques, pode causar um edema cerebral pós-parada", detalha Mateus. Fonte:Meionorte