A médica Cláudia Soares Alves, presa suspeita de raptar uma recém-nascida em Uberlândia (MG), tinha em enxoval novo de bebê dentro de seu carro encontrado pela Polícia Civil de Goiás.
Porta-malas estava com roupas, sapatos e bolsas de criança ainda novos. A polícia se deparou com um ''enorme enxoval'' assim que fez a prisão da mulher em Itumbiara (GO) na quarta-feira (24), 10h depois do crime.
Médica afirmou que era um presente para sua empregada doméstica que está grávida. O delegado Anderson Pelágio, no entanto, desconfia da justificativa apresentada. A funcionária de Cláudia espera um bebê do sexo masculino, enquanto o enxoval era feminino.
Delegado acredita que o roubo da criança foi premeditado. ''Peças novas, o que mostra a premeditação do sequestro'', explicou a corporação.
A médica também não está grávida. Segundo a polícia, após um exame ginecológico e de ultrassom, realizados em um hospital municipal, não foi constatado possível gravidez.
Médica alerta surto
Durante o depoimento, o delegado contou que a investigada ficou em silêncio. Apesar disso, ela disse de forma informal ter entrado em surto depois do uso de alguns medicamentos e resolveu raptar a criança.
O advogado Vladimir Rezende, que representa Cláudia no caso, reforçou ao UOL que ela estaria em surto. Segundo ele, um laudo médico atesta que a mulher tem problemas psicológicos.
Após 10h do desaparecimento, a recém-nascida foi encontrada em Itumbiara (GO). A suspeita e a criança estavam a mais de 130 km de onde o crime ocorreu. Bebê está bem e já foi devolvido à família
A suspeita é uma neurologista. Ela teria entrado vestida como profissional da saúde no Hospital da Universidade Federal de Uberlândia e usava um crachá de identificação da Instituição.
Cláudia foi para um banheiro e colocou a bebê dentro de uma mochila. A equipe do hospital chamou a Polícia Militar, mas a médica já havia fugido. Imagens de segurança mostraram a mulher dirigindo um veículo Toyota Corolla pela rodovia, tendo passado por um pedágio para chegar em Itumbiara.
Inicialmente, a polícia e o Hospital acreditavam se tratar de uma falsa médica. Cláudia tem registro médico nos estados de Minas Gerais e Goiás. Nas redes sociais, ela diz que foi aprovada recentemente como docente da Universidade Federal de Uberlândia.