O ex-funcionário de uma faculdade, de 22 anos, foi preso nesta quinta-feira (6), suspeito de aplicar golpes de mais de R$ 100 mil em alunos na cidade de Parnaíba, a 337 km de Teresina. Ele vai responder pelo crime de estelionato.
Segundo a Polícia Civil, o preso era funcionário de uma instituição de ensino superior, que lidava com as questões financeiras dos alunos. Ele entrava em contato com as vítimas alegando descontos de até 70% em débitos. Em vez de repassar o PIX da empresa para pagamentos, ele utilizava sua própria conta. O estelionatário teria cometido esses crimes desde o ano de 2022.
"No ano passado, por volta do mês de novembro, a reitoria desta faculdade particular procurou a Delegacia de Crimes contra o Patrimônio, que estava em Parnaíba, e relatou que, possivelmente, um dos funcionários estava desviando dinheiro dos alunos. Iniciamos a investigação, realizamos uma auditoria na universidade e percebemos que, embora os alunos estivessem negociando, os valores não estavam sendo depositados na conta da universidade. Começamos então a investigar, identificando a pessoa responsável, que era um funcionário da universidade com contato direto com os alunos e acesso às planilhas de débito. Ele sabia quais alunos estavam em débito e começou a oferecer descontos, que variavam de 20% a 70%," explicou o delegado Williams Pinheiro.
Para o golpe dar certo, ele usou para o PIX o seu e-mail institucional. "Ele utilizou seu e-mail institucional, que continha o nome da faculdade, para criar uma chave PIX. Assim, os alunos depositavam acreditando estar pagando à faculdade, mas na verdade estavam depositando na conta pessoal dele. O dinheiro era então transferido para outras contas. Treze alunos prestaram depoimento e estimamos que o valor desviado seja em torno de R$ 100 mil, mas com a prisão dele ontem, mais alunos estão entrando em contato para denunciar," destacou o delegado.
Williams Pinheiro relatou que o golpe só foi descoberto quando um aluno não conseguiu efetuar a matrícula.
"Trata-se de uma universidade particular de grande porte, com sistemas educacionais em vários estados, então o sistema financeiro é extenso e a faculdade não percebeu a fraude, até que um aluno tentou se matricular e teve seu pagamento recusado. Ao apresentar o comprovante, a universidade percebeu que o valor não havia sido recebido. A partir desse momento, iniciamos a investigação que culminou com a prisão dele ontem," explicou.
Segundo o delegado, o suspeito confessou o crime e não demonstrou arrependimento. A polícia vai pedir o bloqueio dos bens e investigar se outras pessoas participaram do crime.