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Cerca de 90% das atividades do IFPI estão suspensas com greve de professores

Somente na capital existem cerca de 700 professores distribuídos em quatro campi do IFPI. No Piauí, são 21 instituições em 17 municípios, formando um total de 30 mil alunos.

Cerca de 90% das atividades do Instituto Federal do Piauí (IFPI) foram interrompidas com a greve dos professores e servidores técnico-administrativos deflagrada na última segunda-feira (15).

A categoria docente de pelo menos 470 campi dos institutos federais reivindica o aumento nos orçamentos das instituições federais de educação, reposição das perdas salariais, melhorias nas condições de estudos e revogação da reforma do Ensino Médio.

“Atualmente, essas instituições vivem um processo de precarização do funcionamento de suas estruturas, haja vista que o orçamento praticado hoje é o mesmo de dez anos atrás, sendo que a quantidade de alunos quintuplicou. Defendemos também a revogação do novo Ensino Médio, pois com o novo Ensino Médio, houve uma redução da carga horária de algumas disciplinas, o que ocasionou também a redução de alguns conteúdos ministrados, levando a uma aquisição menor de conhecimento por parte dos nossos alunos”, destacou Francílio Oliveira, dirigente do Sindicato dos Docentes do Instituto Federal do Piauí (SINDIFPI). 

Somente na capital existem cerca de 700 professores distribuídos em quatro campi do IFPI. No Piauí, são 21 instituições em 17 municípios, formando um total de 30 mil alunos.

Apesar da ausência de aulas, alguns alunos que apoiam o movimento grevista estão comparecendo aos campi.

“Unificar essa luta com os professores é essencial porque essa luta não é só dos professores e também não é só dos alunos, é de todos que estão precisando de melhorias no ensino público”, disse um aluno. “A gente sabe o quanto a greve nos afeta, porém sabemos que é para melhorias necessárias”, acrescentou outro.

Reajuste de 22%

Os professores têm representações sindicais distintas e a adesão ao movimento grevista não é unificada. A categoria exige reajuste salarial de 22%, dividido em três parcelas iguais de cerca de 7%, a serem incorporadas na remuneração em 2024, 2025 e 2026. Segundo os sindicatos, o aumento corresponde às perdas salariais desde 2016, somadas à projeção de inflação até 2025.

Proposta do governo

O governo federal propôs reajuste somente a partir de 2025. A ideia é aumentar os salários em 4,5% no ano que vem e mais 4,5% em 2026. Em contrapartida, o governo sugeriu aumentar em quase 52% o auxílio-alimentação, de R$ 658 para R$ 1 mil por mês.

A proposta inclui também 51% de reajuste no auxílio-creche e no auxílio-saúde. O governo está disposto a reajustar esses benefícios já a partir de maio de 2024.

Os sindicatos rejeitam a proposta.