O sargento Francisco Ferreira de Sousa Filho, da Polícia Militar do Piauí, foi preso durante a operação DRACO 104, realizada em Pedro II, na região Norte do estado. Ele está sob investigação por suspeita de integrar a facção Comando Vermelho e por repassar informações privilegiadas para o grupo criminoso. As informações foram obtidas com exclusividade pelo GP1.
O policial foi preso em flagrante no último sábado (06) durante cumprimento a mandado de busca e apreensão, após as equipes do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO) encontrarem, em seu endereço, uma motocicleta com sinais de adulteração.
Durante audiência de custódia realizada pelo plantão Judiciário no domingo (07), a juíza Maria Helena Rezende Andrade Cavalcante, da Vara Núcleo de Plantão de Esperantina, converteu a prisão em flagrante do policial militar em prisão preventiva. A decisão da magistrada se deu em conformidade ao pedido do representante ministerial. Isso porque, durante o procedimento, o Ministério Público do Piauí (MPPI) pontuou que Francisco Ferreira é responsável pela segurança dos líderes da facção, além do repasse de informações sobre as instituições de Segurança Pública.
Ao analisar o posicionamento do órgão ministerial, a magistrada concluiu que estavam presentes os requisitos para a prisão preventiva do policial. “Considerando a gravidade do crime imputados ao custodiado e as circunstâncias da prisão, entendo que estão presentes os requisitos para a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva”, destacou.
No parecer pela prisão preventiva, o promotor Nivaldo Ribeiro, titular da 3ª Promotoria de Justiça de Piripiri, afirmou que o sargento Francisco Ferreira utilizava de sua posição como policial para repassar informações ao núcleo do Comando Vermelho.
“Verifica-se que Francisco Ferreira é apontado como responsável pela segurança dos líderes da facção e repasse de informações sobre as instituições de segurança pública. Portanto, além da garantia da ordem pública, a segregação cautelar do flagranteado é necessária por conveniência da instrução criminal, uma vez que, em razão da profissão e dos indícios concretos apontados no processo supracitado, representa risco à instrução processual para a formação da prova da autoria e materialidade do crime ora apurado e de outros que vierem a ser esclarecidos”, consta no parecer.
Por essa razão, o representante ministerial ressaltou a necessidade da prisão do policial, por considerar que sua liberdade apresenta risco ao seguimento da instrução processual. “Além da garantia da ordem pública, a segregação cautelar do flagranteado é necessária por conveniência da instrução criminal, uma vez que, em razão da profissão e dos indícios concretos apontados no processo supracitado, representa risco à instrução processual para a formação da prova da autoria e materialidade do crime ora apurado e de outros que vierem a ser esclarecidos”, frisou.
Em novo parecer, após pedido de liberdade ajuizado pela defesa do sargento, o Ministério Público detalhou como se dava a possível atuação do policial na facção.
“Segundo se observa dos autos, Francisco Sousa é investigado como possível membro da organização criminosa Comando Vermelho, célula com atividade em Pedro II, sendo apontado como responsável por promover a segurança dos líderes da facção, garantir o transporte de materiais ilícitos, guarda de objetos (como armas e drogas) e levantamento de informações das instituições de segurança pública, mormente quando elaboradas ações contra demais integrantes da organização”, consta no parecer emitido pelo promotor Francisco de Assis Rodrigues de Santiago Júnior nesta terça-feira (9).
Líder de facção também foi preso
Também no âmbito da operação Draco 104 foi preso o líder do Comando Vermelho em Pedro II, identificado apenas como Isnael. Ele foi capturado na casa em que morava, uma residência de alto padrão, com piscina, banheira de hidromassagem e veículos de luxo.
Na residência de Isnael, os policiais encontraram uma arma de fogo furtada da Polícia Militar do Piauí, que foi apreendida. Além do líder da facção e do policial militar, outras cinco pessoas também foram presas durante cumprimentos de mandados de prisão e de busca e apreensão. GP1