A arqueóloga Niède Guidon é a vencedora de um dos mais importantes prêmios de pesquisa do Brasil – o Almirante Álvaro Alberto 2024 - para a Ciência e Tecnologia, concedido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em parceria com a Marinha do Brasil. Com o prêmio, a arqueóloga ganha medalha, diploma e um valor de R$ 200 mil.
Niède Guidon é fundadora do Parque Nacional Serra da Capivara, na década de 1970, que abriga a maior e mais antiga concentração de arte pré-histórica das Américas.
Com seu pensamento inovador, a arqueóloga contribuiu para o desenvolvimento social das comunidades locais, apoiando a construção de escolas e incentivando o turismo.
Um dos seus desafios, na década de 1980, foi contestar a teoria de Clovis Primeiro, que afirmava que o Homo Sapiens chegou às Américas há 12 mil anos, cruzando o Estreito de Bering. Niède Guidon afirmava ter encontrado restos humanos no parque com até 32 mil anos.
Atualmente, ela vive reclusa desde o início da pandemia, cercada por seus cachorros na residência no município de São Raimundo Nonato. A arqueóloga se aposentou do cargo de presidente da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM) em 2020. Ela tem dito as pessoas próximas que já deu sua contribuição e se afastou das atividades do parque. No último dia 12 de março, ela completou 91 anos.
Niède Guidon nasceu na cidade de Jaú, no interior de São Paulo, e referência internacional nas pesquisas arqueológicas.
O Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia, instituído em 1981, de caráter individual e indivisível, é atribuído ao pesquisador que tenha se destacado pela realização de obra científica ou tecnológica de reconhecido valor para o progresso da sua área.