Paloma e Marinalva Santana, último registro da travesti
Paloma Amaral, 34 anos, foi espancada até a morte com pauladas na cabeça no Centro de Teresina. O corpo foi encontrado por populares e levado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Há dois anos, Paloma foi alvo de outros crimes, quando foi torturada, teve os pés amarrados e colocada no porta-mala de um carro. O crime ganhou repercussão pela crueldade.
Veja mais:
Travesti é amarrada e espancada em porta-mala de carro em Teresina
Segundo apurou o Cidadeverde.com, Paloma estava há três meses na Casa do Caminho, abrigo que acolhe pessoas em situação de rua, no Centro de Teresina, quando saiu para ir ao Caps (Centro de Atenção Psicossocial) e não retornou.
A tia informou que Paloma foi encontrada com várias pancadas na cabeça. Ela deu entrada no HUT na última quarta-feira, mas somente neste domingo (10) a família reconheceu o corpo, quatro dias após o crime.
Marinalva Santana, do grupo Matizes, disse que Paloma sempre lhe procurava pedindo ajuda e garantindo que tinha deixado as drogas, após a morte da mãe, que faleceu há cerca de dois meses.
“Ela disse que tinha prometido no caixão da mãe que não iria usar mais drogas e ela estava limpa na última vez que a vi, que foi dia 30. Tinha me pedido ajuda. Eu agendei um dentista, já que estava precisando de tratamento dentário e havia conseguido algumas roupas. Só que marquei com ela e não apareceu. Achei estranho e liguei para algumas pessoas e descobri que ela foi assassinada”, disse Marinalva.
Segundo Marinalva Santana é mais um crime de transfobia, o terceiro desde o mês passado.
“É mais um crime de ódio contra LGBTQIA+. Eles não se contentam em dar um tiro, esfaquear, tem que matar com requintes de crueldade. A irmã dela informou que Paloma estava com a cabeça destruída devido a crueldade da violência”.
A família registrou Boletim de Ocorrência. O corpo continua no IML e será sepultado amanhã às 10h30 no cemitério Santa Cruz, no bairro Promorar, na zona Sul de Teresina.
André Santos, do Conselho Municipal de Direitos Humanos, informou que Paloma estava tendo acompanhamento de psicólogos e tinha dado entrada para as mudanças do nome social.
“Ela já vinha sendo acompanhada pela coordenadora há um bom tempo, já que passou por uma violação de direito. Vamos solicitar as autoridades que o crime seja investigado, entramos em contato com a família e nos colocamos à disposição para o que precisasse, já que ela estava abrigada em uma casa de acolhimento do município.