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Governador destaca investimentos na Uespi e propõe análise para substituição de cursos com baixa procura

O governador Rafael Fonteles propôs uma análise para substituição de cursos com baixa procura na Universidade Estadual do Piauí (Uespi). Ele sugere uma substituição gradativa de cursos que tenham menos de 30% das vagas preenchidas. Em um post nas redes sociais, nesta segunda-feira (04), o chefe do executivo estadual propôs ainda uma readequação na carga horária dos professores 40h, citou o concurso público, realizado este ano, para contratação de docentes e técnicos da instituição, além de destacar os investimentos para a modernização de 12 campi.

"... a necessidade do Conselho Universitário discutir e deliberar sobre a substituição gradativa de cursos que tenham menos de 30% das vagas preenchidas, por cursos que tenham maior procura dentro da nossa sociedade. Isso garantirá maior retorno para o povo dos recursos investidos pelo povo", publicou o governador nas redes sociais, nesta segunda-feira (04).

O Cidadeverde.com tentou contato com o reitor da Uespi, Evandro Alberto, para confirmar os cursos com baixa procura, mas até o fechamento da reportagem, não conseguiu retorno. A assessoria da instituição também não respondeu ao contato. 

Além da extinção dos cursos, o governador sugeriu ainda uma readequação na carga horário dos professores com dedicação exclusiva ou regime de 40 horas semanais. 

"É importante garantir um equilíbrio nas atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão, estabelecendo que cada professor do regime de Dedicação Exclusiva ou do regime de 40h, dedique 16 horas semanais ao ensino e 24 horas semanais para as demais atividades (com flexibilização para professores que atuem em funções administrativas ou atuem na pós-graduação stricto sensu)", sugere Fonteles. 

No post, o governador destacou os investimentos na instituição, bem como o concurso público, em andamento, para a contratação de 85 novos professores e 75 novos servidores da instituição.

"Estamos investindo R$ 66 milhões, o maior valor da história, na reforma, ampliação e modernização dos 12 campi da Uespi. Algumas dessas obras já estão com ordem de serviço emitida, como a do campus Torquato Neto, com valor superior a R$ 23 milhões. Aumentamos em mais de 100% os recursos totais destinados para Bolsas de Pesquisa, Bolsas de Monitoria e Auxílios para Estudantes em Situação de Vulnerabilidade Social", publicou Fonteles. 

Docentes se posicionam contra a mudança da carga horária

Atualmente, as 40 horas semanais dos docentes são divididas da seguinte forma, conforme aprovado no plano de cargos, carreiras e salários: 

- 16 horas em sala de aula;
- 16 horas para o processo de organização das atividades em sala de aula (preparação de aula, correção de trabalho, acompanhamento das atividades)
- 8 horas que podem ter redução, quando o professor tem atividades de extensão e pesquisa comprovadas.  

Para a professsora Lucineide Barros, coordenadora geral da Sessão Sindical dos Docentes da Uespi (Adcesp), a proposta em discussão alteraria as 8 horas, ou seja, afetaria a carga horária para pesquisa. 

"Se as 32 horas estão reservadas para sala de aula e as outras 8 horas também teriam que ser em sala de aula, não restaria carga horária alguma para pesquisa e extensão. Por isso que estamos dizendo que isso desconfigura a universidade, pois toca numa questão central para a sua existência, fixada na Constituição, que é a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão", disse a professora. 

Sobre a extinção de cursos, a representante da Adcesp reforça que há a necessidade de um estudo e que, qualquer medida de alteração, exige deliberação nos conselhos superiores da universidade. "Caso o contrário, outro princípio estaria sendo ferido, que é o da autonomia universitária. Só depois disso a matéria pode ser levada à apreciação da Assembleia Legislativa", pontua Barros.