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Professor de redação comenta sobre tema da prova no Enem e diz que foi discutido no ano

O tema da redação do Enem este ano pegou muita gente de surpresa. Foi o caso da Maria Alice Mesquita. Ela contou que esteve se preparando para uma vaga no curso de enfermagem, mas confessou que não se deu bem com o tema da redação.

“O tema da redação em si… eu não sabia nem onde era que eu estava. Eu li o tema, parei, pensei, e não veio nada. Eu li aqueles textos lá e pensei ‘o que eu vou botar nessa redação?’, porque meu professor vai me matar”, desabafou.

O professor Gabriel Ferreira, do pré-enem do colégio Madre Savina, ficou feliz com o tema da prova de redação, escolhido pelo Inep neste ano, que trata da “desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Ele disse que o assunto foi abordado em diferentes viés durante suas aulas.  

“Fiquei muito feliz com o tema, inclusive, meus alunos trabalharam temas bem afins. Um deles foi a desvalorização feminina no mercado de trabalho e o outro tema foi o reconhecimento da contribuição das mulheres nas ciências da saúde no Brasil”, descreveu o professor.

Ele avalia que é um assunto importante e da atualidade e dá dicas de como os candidatos podem abordar utilizando diversos repertórios.

“É uma temática de bastante relevância, bastante atual, os alunos podem abordar como repertório sociocultural: cinema, literatura como a obra ‘Quarto de despejo’, de Carolina Maria de Jesus, podem abordar conceitos da sociologia, como equidade, diversas desigualdades, de Florestan Fernandes, a violência simbólica de Pierre Bourdieu, darwinismo social de Herbert Spencer. Eu acredito que dessa temática sairão boas redações. Estou até agora aqui já vislumbrando as produções textuais dos alunos, porque eles trabalharam muito essa temática em sala. Muito feliz”, destacou o professor.

Gabriel Ferreira diz ainda que outras discussões podem ser relacionadas ao tema tanto na área política como social. 

“A discussão em relação a essa temática pode ser embasada sobre o viés estatal, pode trazer a questão da falta de legislação específica, insuficiência de leis, questões políticas, pode se colocar em cheque a base educacional lacunar. Sobre um viés social, pode ser discutido o legado histórico, lenta mudança na mentalidade da sociedade, má influência midiática, silenciamento, falta de debate... são muitos os aspectos que podem ser abordados nessa temática”, sugeriu o professor de redação do Madre Savina.

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