No próximo sábado, dia 14 de outubro, os brasileiros vão ser contemplados com um eclipse anular do sol, que poderá chegar a uma visibilidade de quase 100% no estado do Piauí, sendo uma das poucas regiões do planeta com a oportunidade de acompanhar esse fenômeno. A população deve ficar atenta aos cuidados para fazer a devida observação e uma equipe do Piauí fará a transmissão ao vivo para quem desejar acompanhar.
O professor de Física, Edwar Montenegro, que é doutor em engenharia de Materiais e membro da Graviton Scientific Society, afirmou que o eclipse deve iniciar por volta das 16h no Piauí, mas que cada estado tem um horário diferente.
A visibilidade também vai mudar de acordo com a cidade, e em Floriano deve chegar a quase 100%. “O fenômeno será visível em todo o estado do Piauí, algumas cidades chegando próximo de 100%, como é o caso da cidade de Floriano”, afirmou o professor.
Ele disse que espera condições favoráveis para poder acompanhar o fenômeno. "Esperamos que as condições atmosféricas sejam favoráveis para a realização de uma observação, onde possamos contribuir com a transmissão para que as pessoas ao redor do mundo acompanhem este fenômeno deslumbrante", destacou.
O fenômeno acontece com base nos ciclos da órbita da Lua e em sua posição em relação à Terra e ao Sol.
“O eclipse anular do Sol acontece quando a Lua está entre a Terra e o Sol, mas devido à sua distância em relação à Terra, não cobre o disco solar por completo, deixando um anel luminoso do Sol visível. Isso se dá porque a órbita da Lua ao redor da Terra não é um círculo perfeito, mas sim uma elipse, e há momentos em que ela está mais distante da Terra (apogeu) e outros em que está mais próxima (perigeu). Eclipses anulares do Sol não têm uma regularidade fixa como 'a cada dois anos'. Eles acontecem com base nos ciclos da órbita da Lua e em sua posição em relação à Terra e ao Sol. Há anos com mais de um eclipse solar (não necessariamente anular) e outros anos com nenhum”, explicou.
Visibilidade do fenômeno nos estados
O eclipse deverá ser visto de forma completa no Amazonas por volta de 12h05, seguindo de estados como Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, até por volta das 17h50.
Segundo Edwar Montenegro, a visualização é diferente em cada estado. “Isso se deve à ‘sombra’ da Lua projetada na Terra. A parte central e mais escura dessa sombra é chamada de umbra. Se você estiver dentro da umbra, verá um eclipse total. Fora da umbra, mas ainda na penumbra (a sombra parcial), você verá um eclipse parcial”, esclareceu.
Cuidados durante o fenômeno
Olhar diretamente é um dos principais erros que podem ocorrer durante o eclipse. O correto é a observação indireta com uso de telescópio e também uso de lentes com visores certificados que filtrem 99% da luz solar.
Não se deve usar óculos de sol, celulares, chapas de raio-x, câmeras ou telescópios sem os filtros apropriados, pois podem causar danos permanentes na visão.
“Nunca as pessoas devem olhar diretamente para o sol, mesmo com óculos escuros ou materiais caseiros, pois pode danificar a retina irreversivelmente. Para observar um eclipse com segurança, deve ser usados instrumentos adaptados com filtros adequados, como o filtro de soldador número 14 ou maior ou óculos de distribuidoras autorizadas com ISO 12312-2 e a observação deve ser feita por no máximo 15 segundos e com intervalo de descanso de 3 minutos. Nunca use instrumentos ópticos como binóculos ou telescópios sem orientação de profissionais da área experientes”, destacou.