O Piauí lidera o ranking nacional de mortes e acidentes com motocicleta para cada grupo de 100 mil habitantes segundo dados do Ministério da Saúde. Somente em 2022, foi registrado 18 mortes para cada 100 mil pessoas. Além disso, o estado é o 4º colocado em relação à acidentes com outros meios de transportes.
Diante dos altos índices, o Piauí está criando um pacto pela redução da mortalidade de motociclistas.
O pesquisador Márcio Mascarenhas, que integra o Centro de Inteligência em Agravos Tropicais Emergentes e Negligenciados vinculado a Universidade Federal do Piauí (UFPI), confirma os altos índices registrados no estado.
“Nós encontramos como as principais características do padrão de mortalidade por acidente de trânsito no nosso estado, uma maior ocorrência em indivíduos jovens ou adultos jovens que são responsáveis por aproximadamente 1/3 das mortes. Nós verificamos que do total de óbitos devido a acidentes ou sinistros de trânsito, 70% envolvia o uso da motocicleta, ou seja os usuários de motocicleta estão dentre as vítimas mais acometidas no total de vítimas de acidente de trânsito”, destaca.
O grande número de ocorrências no trânsito demanda uma série de serviços como deslocamento de equipes de resgate, ocupação de leitos nos hospitais que atendem a caso de urgência e emergência e muitas vezes a necessidade de realização de procedimentos cirúrgicos.
“Nós verificamos na prática que os motociclistas, eles demandam, após um acidente, a assistência à saúde por meio do deslocamento do deslocamento de equipes de atendimento pré-hospitalar, como o SAMU, o resgate da vítima, a ocupação de leitos nos prontos-socorros e nos hospitais de referência, eles demandam, atendimento e tratamento cirúrgico e além do atendimento hospitalar, eles vão demandar de atendimento de reabilitação ou de fisioterapia”, ressalta Márcio Mascarenhas.
Dados do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) destacam ainda que em 2023 houve um aumento de 13% no número de hospitalização em razão de acidentes com motos comparado com o ano passado.
“O motociclista tem que entender que ele é das partes mais vulnerável no trânsito. Então ele tem que estar com o mínimo de segurança possível, com calça adequada, calçados adequados, principalmente o uso do capacate”, orienta o inspetor da PRF, Leandro Caldas.