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PMs são intimados e terão que apresentar fuzil usado na abordagem à família de cantora

Os policiais militares do 11 º Batalhão da Polícia Militar do Maranhão, em Timon, envolvidos na abordagem desastrosa, que terminou com o pai e a irmã da cantora Aline Conrado feridos em Teresina, foram intimados a se apresentar com o armamento usado durante a ação. O delegado Bruno Ursulino, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que é preciso esclarecer, entre outros pontos, se os PMs estavam na escala de serviço para justificar estarem portando fuzil.

"Encaminhei ofício requisitando todas as informações ao comando do 11º BPM de Timon. Ainda não tivemos retorno. Requisitamos uma série de informações, inclusive, solicitamos a apresentação dos policiais com o armamento utilizado para que fosse submetido à perícia e eles ao interrogatório. Solicitei tanto a escala de serviço, quanto o nome de todos os policiais que, por ventura, estiverem envolvidos em alguma eventual ordem de serviço extraordinária. Pedi tudo isso documentalmente e estamos aguardando", disse o delegado que investiga o caso. 

Bruno Ursulino diz que não há dúvidas que a arma utilizada foi um fuzil, armamento que só deve ser utilizado durante serviço.

"Cada policial tem uma arma acautelada que pode ser levada para qualquer lugar do Brasil. Porém, alguns armamentos, como os fuzis, têm restrição de uso durante o serviço. Estamos examinando ponto a ponto. Estavam agindo por conta própria? e se estavam agindo por conta própria quem forneceu o armamento, tendo em vista que as armas são da corporação? a partir daí, começamos a verificar outros fatores envolvidos", questiona Ursulino. 

Até o momento, três PMs teriam participado da abordagem desastrosa. Além deles, os demais policiais militares que apareceram fardados e em viaturas caracterizadas para prestar socorro à família da cantora Aline Conrado também foram intimados. O delegado Bruno Ursulino enfatiza que atribuição da Polícia Militar é ostensiva e é necessário agir com responsabilidade. 

"Estamos analisando toda uma circunstância para saber se foi serviço de polícia ou de milícia? entendo toda a movimentação no sentido de buscar os responsáveis pela morte do sargento da PM, só que é necessário agir com responsabilidade. Qualquer desvio dá nisso no que deu. Graças a Deus, a menina não veio a óbito. Mas se ela tivesse vindo? se tivesse morrido a família toda? se a gente não age agora para dar essa freada, nos próximos casos vão fazer a mesma coisa? a atribuição da PM é ostensiva, não investigativa. Se estavam fazendo serviço reservado, estavam fazendo com base no que?", diz o delegado do DHPP.

A Polícia Civil do Piauí apura ainda se os PMs envolvidos no caso teriam participado, por conta própria, de abordagens na cidade de Timon-MA.

A abordagem desastrosa à família da cantora ocorreu durante buscas aos criminosos que mataram o sargento da Polícia Militar do Maranhão, identificado como Carvalho Júnior, na última sexta-feira (25). O assassinato do PM ainda não foi esclarecido e também é investigado pelo DHPP. 

CRIANÇA SEGUE INTERNADA

A irmã da cantora Aline Conrado, uma criança de 12 anos, segue internada após ser atingida na região do quadril. Ela já foi submetida a cirurgia e se recupera. 

"Ela está estável, está bem, não corre risco, né. Mas é aquela coisa, é uma criança. Ela está se recuperando bem, sentindo muita dor, mas está sendo bem cuidada. Nossa família está cuidando bem dela, ainda está no hospital. Mas ela ainda lembra, sente muita dor, quase não fala nada, ainda por conta da cirurgia, mas graças a Deus ela está bem, está se recuperando", disse a cantora.

Para Aline Conrado, os policiais precisam ser responsabilizados pelo ato que colocou em risco quase toda a família. 

"A minha família acredita que quem foi o responsável por isso vai pagar. E o importante, na verdade, é a minha irmã sair bem, sem sequela, voltar a ser a menina que ela era, vaidosa, alegre, brincalhona. E quem fez isso, pagar o que fez", disse a cantora.Cidadeverde.com