A Polícia Civil do Piauí investiga se as dez lojas de importados, alvos de uma operação da Receita Federal na última quinta-feira (10) em Teresina, integram uma rede criminosa com ramificações em outros estados e se eram usadas para a lavagem de dinheiro para outras práticas criminosas.
Durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (14), o delegado Felipe Bonavides, coordenador-geral da Força Estadual da Superintendência de Operações Integradas da PC-PI, explicou que todas essas questões serão investigadas na segunda etapa da operação.
“Podemos afirmar aqui que sempre é possível que esses contrafeitos andam junto com outro tipo de criminalidade. Fizemos o indiciamento de pessoas pelo crime de receptação qualificada, pela relação com o roubo de carga. Não é também de se descartar, isso está sendo avaliado, a ligação de pessoas que vendem esses tipos de produtos como forma de lavagem de dinheiro para outros crimes, como o tráfico de drogas, organizações criminosas, dentre outros”, afirmou a autoridade policial.
De acordo com o balanço divulgado pela Receita Federal na última sexta-feira (11), o volume de toda a mercadoria apreendida nas dez lojas equivale a sete caminhões-baú, o que corresponde a cerca de R$ 5 milhões em produtos conforme o valor estimado pelo qual seriam comercializadas no mercado ilegal. Assim como autuação administrativa, os empresários podem ser penalizados criminalmente.
Entre outros crimes investigados, a Polícia Civil apura se os empresários piauienses possuem relação com organizações criminosas que atuam em outros estados. “Dificilmente se pode ter ações criminosas dessa natureza, dessa magnitude, sem que haja sempre um fio que traz de outro estado. Sabemos que boa parte dos produtos são de origem estrangeira e obviamente eles não vêm direto pro Piauí, isso gera toda uma cadeia criminosa, o que justifica as ações que também temos em conjunto com a Polícia Federal no intuito de sermos mais abrangente possível”, frisou Bonavides.
Além de representantes da PC-PI e da Receita Federal, a coletiva também contou com a presença de Francisco Matias, gerente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no estado. Ele enfatizou que o objetivo da operação também mirou a comercialização de produtos sem a certificação e homologação do órgão, que representam risco ao consumidor.
“Também está combatendo essa questão para garantir a segurança do usuário, dos riscos que ocorrem para o usuário em geral. A primeira coisa que o usuário pode fazer é perguntar ao comerciante se o produto é homologado pela Anatel, se tem certificação. Procurar pelo selo da Anatel e ver se foi submetido a teste”, orientou o gerente. Cidadeverde.com