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Alunos do curso de Psicologia da UFDPar visitam comunidades indígenas de Piripiri

Alunos do curso de Psicologia da UFDPar visitam comunidades indígenas de Piripiri

Entre os dias 4 e 6 de agosto, alunos do curso de Psicologia (1° período) da UFDPar – Universidade Federal do Delta do Parnaíba –, da disciplina Antropologia Cultural, ministrada pelo indígena Hélder de Sousa, professor da instituição, estiveram em visita à comunidade de indígenas de Piripiri. O motivo da visita técnica da disciplina Antropologia Cultural é proporcionar aos alunos a possibilidade de dialogar com grupos étnicos no Piauí. O interesse desta visita técnica está em consonância com o Estatuto da UFDPar (Portaria nº 342, de 21 de Junho de 2021), Capítulo II, “Dos princípios e objetivos institucionais”, em seus § V e § VIII, que destaca a importância do “pluralismo de ideias, de pensamento e interculturalidade”; assim como o “respeito à diversidade e combate a todas as formas de intolerância e discriminação”. O contato entre comunidades indígenas e discentes deve proporcionar aos estudantes, o diálogo efetivo e presencial com as realidades das comunidades, em campo, oportunizando o diálogo entre ensino, pesquisa e extensão.

A visita

No dia da chegada o grupo visitou duas instalações da estrutura de telemedicina para atendimento aos grupos indígenas em Piripiri. Foram conduzidos depois à residência da família do pajé indígena Tabajara Chicão, no bairro Flor dos Campos. À tarde, desenvolveram atividade de interação entre alunado, pesquisadores e as famílias do cacique José Guilherme e do pajé Chicão, no Centro Comunitário Antônia Flor. Participaram do Toré, manifestação cultural dos povos indígenas do Nordeste, cujo ritual une dança, religião, luta e brincadeira.

Na manhã de sábado, 5, o grupo visitou o Território Indígena Tabajara, na localidade Tocaia, para dialogar com o movimento dos povos indígenas sobre a importância de que os diversos níveis de governo garantam, através de políticas de estado, a capacidade de permanência dos povos indígenas em seus territórios. À tarde visitaram o povoado Banda, juntamente com as famílias indígenas envolvidas na visita técnica.

 

Na manhã de domingo, dia 6, se reuniram o cacique Zé Guilherme, que detalhou o surgimento do movimento dos povos indígenas em Piripiri, destacando a participação das famílias Guilherme, Colher de Pau, Beiju e Siana, quando da criação em 2005 da Associação Indígena Itacoatiara, a primeira organização indígena do Piauí, no século XXI.

A visita foi possível uma parceria entre as famílias do cacique Zé Guilherme e do pajé Chicão, do Sindicato dos Trabalhadores e Agricultores Familiares de Piripiri e Universidade Federal do Delta do Parnaíba – UFDPar, além de apoiadores do movimento indígenas em Piripiri.

Para a discente Tatiane Alves “Esta viagem à Pipiri foi uma grande oportunidade de entender tudo que vimos durante o período na matéria de Antropologia Cultural, foi uma experiência muito melhor do que poderíamos imaginar. Pudemos experimentar como é viver alguns dias dentro de outra cosmovisão, entender princípios e valores já esquecidos no contexto da vida urbana, como contato e respeito a natureza, espiritualidade, outra visão de riquezas e sucesso”, avaliou Tatiane. Para a acadêmica de psicologia, foi um presente conviver com o Cacique Zé Guilherme. “Um homem espontâneo, orgulhoso de ser indígena, que nos contou da sua história de luta e junto com o Pajé Chicão, que nos ensinou o Toré, que vai além da dança, é um ritual de aproximação com a nossa ancestralidade. Podemos entender como a cidade cuida da saúde indígena através da Telemedicina, visitar o território Tabajara, comer delícias produzidas pelas esposas dos anfitriões, uma riqueza sem fim. Posso afirmar em nome de todos que foi uma viagem transformadora, que mudou nossa visão das comunidades indígenas e principalmente nos ajudou entender como o Professor Hélder foi essencial para as conquistas e reconhecimento dos povos indígenas no estado do Piauí. Fica aqui meu agradecimento em nome de todos da turma do primeiro período de psicologia 2023 da UFDPar”, finalizou a discente.

Fonte: Portal Sem Fronteiras