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Juiz decreta prisão de Tacla Duran, que cancela vinda ao Brasil para depor

Tacla Duran é o pivô de acusações que podem colocar o senador Sérgio Moro e o deputado Deltan Dallagnol em investigação da Polícia Federal.

 A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) revogou, na última terça-feira (11), a decisão do juiz federal da 13ª Vara de Curitiba, Eduardo Appio, que suspendia o mandado de prisão preventiva contra o advogado Rodrigo Tacla Duran. 

Tacla Duran é o pivô de acusações que podem colocar o senador Sérgio Moro (União Brasil -PR), ex-juiz da operação Lava Jato, e o deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), que foi o coordenador da força-tarefa, em investigação da Polícia Federal. 

A decisão foi assinada pelo juiz federal Marcelo Malucelli, às vésperas da vinda do brasileiro ao Brasil para novo depoimento. A prisão contra o advogado foi decretada em 2016 pelo ex-juiz Sérgio Moro. O advogado está morando na Espanha e viria ao Brasil para prestar depoimento, na próxima semana, ao juiz Eduardo Appio, que assumiu recentemente a 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, onde originou a Operação Lava Jato. 

Em depoimento no final de março, Tacla Duran fez grave denúncia contra o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol. Na ocasião, disse que sofreu tentativa de extorsão para não ser preso nas investigações da Lava Jato e afirmou que a dupla usou "diversos subterfúgios processuais" para que ele não fosse ouvido até este ano. A denúncia se transformou em notícia-crime contra os citados. O caso foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) já que Moro e Dallagnol agora são parlamentares.

A defesa de Tacla Duran agora espera que o STF torne, novamente, sem efeito a ordem de prisão, para determinar a data de embarque para o Brasil.

Quem é Tacla Duran

Rodrigo Tacla Duran trabalhava para a construtora Odebrecht na época da investigação da Operação Lava Jato e foi apontado como operador financeiro da construtora em esquemas de corrupção. O advogado chegou a ter prisão decretada e ser colocado na lista de foragidos da Interpol a pedido de Moro, mas hoje está no programa de proteção a testemunhas.  

O juiz Eduardo Appio, que assumiu recentemente a 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, berço da Lava Jato, é crítico autodeclarado da operação e intimou Duran para depor no fim de março, em uma ação penal em que o advogado é réu por lavagem de dinheiro.

Fonte: meionorte