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No Piauí, mais de 60 casos de feminicídio foram julgados em 2022

No Piauí, mais de 60 casos de feminicídio foram julgados em 2022

Em um contexto de violência onde mulheres são violentadas e mortas até mesmo dentro de instituições de ensino, é preciso que o poder público esteja atento às denúncias de feminicídio que, desde 2015, é considerado circunstância qualificadora do crime de homicídio. Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Piauí (TJ-PI), em 2022, o estado alcançou o maior número de julgamentos de feminicídio, onde 62 casos foram julgados.

No Piauí, mais de 60 casos de feminicídio foram julgados em 2022 (Foto: Reprodução/TJPI)

O aumento do número de julgamentos é um indicativo de que o poder público está dando uma resposta à sociedade, no entanto, demonstram também que a violência está presente em nosso cotidiano. “Nos últimos sete anos, foram julgados 270 crimes de feminicídio, o que revela um cenário de tristeza em que centenas de mulheres perderam suas vidas para a violência de gênero. Uma luta não somente do poder Judiciário, mas também de toda a sociedade contra violência contra a mulher. É certo que estamos julgando mais, mas o ideal é que esses crimes nem chegassem a acontecer, e isso só é possível por meio de ações que conscientizem sobre a equidade entre homens e mulheres”, destacou o presidente do TJ-PI, desembargador Hilo de Almeida. 

De acordo com dados da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação do TJ-PI (STIC), em 2022 quase 6 mil solicitações de medidas protetivas de urgência foram concedidas, o dado demonstra que houve um aumento de 13,4% no número de solicitações em relação ao ano de 2021. 

As dez unidades que mais concederam medidas protetivas durante os dois anos foram: 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher (3.607); 1ª Vara Criminal de Parnaíba (755); 4ª Vara Criminal de Picos (715); 1ª Vara de Floriano (360); 1ª Vara de Piripiri (314); 1º Vara de Oeiras (305); 2º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher(271); 1ª Vara de São Raimundo Nonato (253); 1ª Vara de Campo Maior (213); 1ª Vara de Altos (208). 

Para a juíza Keylla Ranyere, coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJ-PI (CEM/TJ-PI), os números revelam que a cada dia as mulheres vítimas de violência recorrem ao Poder Judiciário. “O Poder Judiciário do Piauí vem analisando e julgando os processos, esse é um trabalho diário. Nos plantões, também vemos muitos casos relacionados a violência contra mulher, isso chega a nos assustar; ao mesmo tempo que nos assusta, mostra que as mulheres estão cientes dos seus direitos, buscando mais o Poder Judiciário e as instituições para se proteger”, avalia. 

A magistrada também enumera algumas iniciativas que têm colaborado com o avanço no julgamento de casos de feminicídios e na apreciação de pedidos de medidas protetivas a vítimas de violência doméstica e familiar. “O Poder Judiciário piauiense está desempenhando seu papel. Sob o comando do Conselho Nacional de Justiça, realizamos as Semanas da Justiça pela Paz em Casa. Também realizamos ações e projetos sobre a questão de gênero e do combate à violência contra a mulher, sempre buscando apoio de instituições governamentais e não governamentais para somarem nesta luta”, finalizou a coordenadora da CEM/TJ-PI.

 

Fonte: Portal o Dia