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Estudante da Ufpi é encontrada morta após calourada; um suspeito detido

Proibição de festas na Ufpi foi solicitada dez dias antes da morte de estudante

A estudante que morreu após uma calourada na Universidade Federal do Piauí (Ufpi) foi identificada como Janaína Bezerra da Silva, 21 anos. O Cidadeverde.com apurou que ela era uma menina estudiosa, de família humilde e que projetava nos estudos um meio para ajudar a mãe que está em estado de choque com a perda repentina.

"Ela falava que ia estudar muito para tirar a mãe da miséria, pois era muito humilde. Assim que ela começou a estudar, precisava de computador e tinha muita xerox, mas ela não tinha condições de estar o tempo todo em lan house. Aí começou a fazer bolo de pote pra vender com a mãe, cada uma saía pra um lado, pra conseguirem ter dinheiro para comprar o computador. Só sabia estudar! não tinha namorado. Era de casa pra escola e da escola pra casa", disse a cunhada Andreza Almeida.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso que tem características de crime sexual. A vítima foi encontrada ensaguentada e com as roupas rasgadas. 

Foto enviada ao Cidadeverde.com

Uma estudante de jornalismo da Universidade Federal do Piauí (Ufpi) foi encontrada morta no campus de Teresina após calourada. O Cidadeverde.com apurou que um professor a encontrou desacordada por volta de 11h, deste sábado (28) e, imediatamente, acionou a segurança da instituição. Um suspeito foi detido. 

A vítima foi encaminhada ao Hospital da Primavera, na zona Norte, onde já se deslocou uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Por meio de nota, a Ufpi informou que a estudante foi encontrada na sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE), responsável pela calourada. Imagens captadas por câmeras de segurança auxiliam na investigação policial. 

"O fato aconteceu em festa promovida pelo DCE, nas instalações do próprio Diretório, sediado no prédio do Centro de Ciências da Natureza (CCN), sem autorização de qualquer autoridade da Universidade. A Ufpi desaprova quaisquer eventos que adotem condutas que coloquem em risco a comunidade acadêmica, e preza pela segurança e bem estar de estudantes, professores e servidores técnico-administrativos, com a adoção de diversas estratégias constantemente divulgadas à comunidade", informou a Ufpi. 

Diante da morte, o reitor da Ufpi, Gildásio Guedes, determinou a imediata instauração de processo administrativo para apuração dos fatos, bem como a responsabilização dos envolvidos e disponibilizará todo o apoio que possa auxiliar no trabalho das autoridades policiais.

"Este é um momento de grande dor e tristeza, que deixa consternada toda a comunidade ufpiana. A Ufpi se solidariza com familiares e amigos da vítima, e se coloca à disposição para apoio e providências. Manifesta as mais sinceras condolências diante do triste acontecimento", encerra a nota da Ufpi.

DCE SE MANIFESTA

O DCE também se manifestou por meio de nota em que diz que as calouradas ocorrem para que estudantes, centros acadêmicos (CAs) e coletivos que compõem a Universidade possam ter uma forma de integração entre cultura e arte ao ensino, como também autofinanciamento coletivo dos estudantes para subsidiar projetos estudantis.

"O DCE se coloca à disposição para ajudar no que for preciso a família da vítima e também presta solidariedade aos amigos e a todo o corpo estudantil. Nesse momento tão triste, de luto coletivo, nós estamos comprometidos em fazer todos os debates necessários para que nossa Universidade seja segura para todo o corpo estudantil", diz trecho da nota do DCE que também traz à tona a questão da insegurança no campus.

"O debate de segurança na Ufpi, embora lamentavelmente tenha chegado a esse ponto, não é novidade para o DCE. No último ano (2022), nós, junto com os CAs, buscamos fomento de iniciativas que garantissem minimamente segurança dentro do Campus Ministro Petrônio Portela.

No final do ano, em debate de semanas, conseguimos uma comissão para dar início, neste ano, o atendimento a estudantes que sofrem com assédio na universidade. Temos nítido, no entanto, que esse não é o máximo que a administração superior possa fazer para sanar a situação que ocorre hoje, sabemos que o debate de segurança na universidade passa por um debate patrimônio e não de vida dos estudantes, e também que esse debate não acontece só na universidade, mas no mundo que é cercado por uma super estrutura de violência", diz a nota.