A governadora Regina Sousa (PT) encaminhou para a Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) um projeto de lei que reconhece como patrimônio cultural do Piauí as atividades tradicionais de coleta e quebra de coco babaçu, assim como os seus produtos e a forma tradicional de produção. O projeto de lei também faz proibições e prevê acesso das quebradeiras de coco a titulação em caráter comunitário e inalienável.
Regina Sousa é a primeira mulher a assumir de forma efetiva, e não mais interina, o governo do estado. A governadora é negra e ex-quebradeira de coco.
Na proposta encaminhada para a Assembleia, a governadora afirmou que o projeto vai garantir a preservação das atividades tradicionais da coleta e quebra de coco babaçu e a preservação dos babaçuais.
Ela ainda destacou que a medida garante o acesso das quebradeiras e de seus familiares que exerçam atividades coleta e quebra de coco, em regime de economia familiar, aos babaçuais.
Garante ainda a criação de uma Comissão de Monitoramento da lei Babaçu Livre, para preservação das palmeiras de coco babaçu, com previsão de multas em caso de infração, que podem chegar de R$ 2 mil a R$ 1 milhão.
“O projeto de lei também prevê o acesso das quebradeiras de coco através de institutos jurídicos, como a titulação, em caráter comunitário e inalienável, de terras públicas e devolutas estaduais prioritariamente para titulação às comunidades de quebradeiras de coco que as utilizem para o exercício de suas atividades tradicionais da coleta e quebra do coco; a aquisição de áreas pelo estado com a finalidade de serem doadas e tituladas para comunidades tradicionais de quebradeiras e coco babaçu, em caráter de propriedade comunitária e inalienável e a criação de unidade de conservação de uso sustentável especialmente em áreas de proteção ambiental e reservas extrativistas”, afirmou a governadora em mensagem para a Alepi.
A proposta ainda proíbe:
- Desbaste ou derruba de palmeirais de coco babaçu através do uso do fogo, bem como uso de agrotóxicos;
- Corte do cacho inteiro do coco babaçu, bem como da derrubada do coco e de sua utilização integral para produção de carvão vegetal;
- Da compra e venda de coco babaçu inteiro para qualquer finalidade;
- O raleamento das áreas de babaçuais, ou seja, a retirada dessas plantas em áreas ocupadas com atividades agropecuárias, que só deverá acontecer se observar a manutenção de 160 palmeiras por hectares, considerando 80 adultas e 80 jovens.
- Nas atividades agropecuárias onde se desenvolvem os babaçuais, fica proibido o plantio de qualquer espécie de vegetação danosa.
O projeto será analisado nas comissões técnicas da Alepi, antes de seguir para votação no plenário. Cidadeverde.com