A mártir Benigna Cardoso da Silva, de Santana do Cariri, no Ceará, foi beatificada nesta segunda-feira (24), pela Igreja Católica. A futura beata brasileira nasceu em 15 de outubro de 1928, ficou órfã de pai e mãe, foi adotada com os irmãos e criada até os 13 anos, quando foi assassinada no dia 24 de outubro de 1941.
A cerimônia foi realizada no Parque de Exposição Pedro Felício Cavalcanti na cidade de Crato, no Ceará, com a presença do cardeal Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, representando o papa Francisco. Está prevista a participação de até 60 mil pessoas no evento.
“Benigna, em vida, foi vista como uma pessoa santa. Era muito dedicada aos estudos – era a primeira da classe, caridosa, amante da natureza e dos animais, extremamente religiosa, com assídua participação na Eucaristia aos domingos. Recebeu de presente uma bíblia do pároco na época que virou livro de cabeceira: ela lia as histórias e trazia para a sua vida como reflexão, transmitindo aos amigos e sendo até catequista por ensinar a Palavra de Deus”, afirma Danilo Sobreira, coordenador de Pastoral da Paróquia Senhora Sant’Ana de Santana do Cariri.
O religioso afirma que a futura beata tinha devoção especial a Nossa Senhora do Carmo.
“Aos 12 anos, começou a ser assediada por um rapaz chamado Raimundo Raul Alves Ribeiro que sempre rejeitou. Após várias tentativas de aproximação, ele armou uma emboscada por volta das 16h de 24 de outubro de 1941 após chegar da escola e quando ia buscar água próxima de casa: ele a abordou sexualmente. Ela rejeitou por ver no ato uma ofensa a Deus e, em consequência, ele a golpeou várias vezes com facão, tirando a sua vida. Desde então, ela é invocada como mártir, heroína da castidade, mártir da pureza”, conta Sobreira.