O Vaticano autorizou a abertura do processo de beatificação de padre Cícero Romão Batista na igreja católica, de acordo com o bispo da diocese do Crato, Dom Magnus Henrique Lopes. A informação foi divulgada na manhã deste sábado, 20, durante missa em Juazeiro do Norte, na região do Cariri. A notícia foi recebida com salva de palmas e fogos por centenas de fiéis que estavam no local.
“Queridos filhos e filhas da Diocese do Crato, romeiros de todo Brasil, é com grande alegria que eu vos comunico nesta manhã histórica que recebemos oficialmente da Santa Sé, por determinação do santo padre, o papa Francisco, uma carta do dicastério para a causa dos santos, datada do dia 24 de junho de 2022. Recebemos a autorização para a abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista que, a partir de agora, receberá o título de servo de Deus”, disse o sacerdote na celebração.
O processo de beatificação foi autorizado após a reconciliação do padre Cícero Romão Batista com a igreja católica, em pedido feito pelo bispo Dom Fernando Panico. A solicitação para a abertura do processo foi feita por Dom Magnus através de carta entre ao papa Francisco, em maio deste ano, durante visita ao Vaticano.
“Esperamos que Vossa Santidade, na hora oportuna, examine, com o coração de pai e como sucessor de Pedro, este pedido ora formulado, cuja resposta é um anseio nosso e dos milhões de devotos do padre Cícero”, diz um trecho da carta entregue por Dom Magnus ao papa.
Padre Cícero morreu em 1934 sem conciliação com o Vaticano por envolvimento com a política e pelo polêmico “milagre da hóstia”. Segundo a crença popular, uma hóstia dada pelo padre virou sangue na boca de uma beata. Para os devotos de padre Cícero, trata-se de um milagre, mas a igreja Católica considerou o caso uma interpretação equivocada. Por conta dos “equívocos”, ele foi afastado da igreja.