O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (28) a criação de um COE (Centro de Operação de Emergências) voltado ao controle da varíola dos macacos. De acordo com a pasta, o país soma 978 casos confirmados da doença.
O comitê deve entrar em funcionamento nesta sexta (29) e contará com a participação de representantes do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz.
A coordenação da iniciativa ficará a cargo do ministério, que reafirmou buscar formas de adquirir a vacina e trabalhar com os estados para monitorar os casos.
Até o momento, foram registrados pacientes infectados em São Paulo (744), Rio de Janeiro (117), Minas Gerais (44), Paraná (19), Goiás (13), Bahia (5), Ceará (4), Rio Grande do Sul (3), Rio Grande do Norte (2), Espírito Santo (2), Pernambuco (3), Tocantins (1), Mato Grosso (1), Acre (1), Santa Catarina (4) e no Distrito Federal (15).
A decisão do ministério surge cinco dias após a OMS (Organização Mundial da Saúde) classificar o surto de varíola dos macacos como emergência pública de preocupação global. "Nós acreditamos ser o momento deste anúncio, considerando que, dia após dia, mais países e pessoas têm sido afetados pela doença. Precisamos de coordenação e solidariedade para controlar esse surto", disse na ocasião o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom.
A doença é causada pelo monkeypox, um vírus do gênero orthopoxvirus. Outro patógeno que também é desse gênero é o que acarreta a varíola, doença erradicada em 1980.
Embora tenham suas semelhanças, existem diferenças entre as duas doenças. Uma delas é a letalidade: a varíola matava cerca de 30% dos infectados. Já a varíola dos macacos conta com uma taxa de mortalidade entre 3% a 6%, segundo a OMS.
Para conter a disseminação do vírus, especialistas indicam que é necessário o isolamento dos casos suspeitos e confirmados, assim como imunizar pessoas que tiveram contato próximo com alguém infectado. Grupos de maior risco, como profissionais de saúde da linha de frente, também podem ser imunizados.
Segundo a OMS, a vacina contra a varíola tem uma taxa de eficácia de aproximadamente 85% para a doença causada pelo monkeypox. No entanto, ela não se encontra disponível para o público em geral. Em 2019, outro imunizante foi desenvolvido e tem eficácia na prevenção da varíola dos macacos, mas tem produção em pequena escala.
Fonte: Folhapress