O comerciante Paulo Cupertino Matias, suspeito de matar o ator Rafael Miguel e os pais do jovem, em junho de 2019, na zona sul da capital paulista, foi preso nesta segunda-feira (16) por policiais do 98º DP. Ele estava escondido em hotel em Interlagos, na mesma região onde cometeu o crime, e foi localizado pelos investigadores da Polícia Civil após uma denúncia anônima.
Após a prisão, ele foi levado ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), na região central da cidade, onde iria depor enquanto a Justiça emitia um mandado de prisão contra ele, segundo a Polícia Civil.
Na noite desta segunda, ele ainda seria levado ao IML (Instituto Médico-Legal) para fazer exame de corpo de delito e depois passaria a noite no 77º DP, de Santa Cecília.
Nesta terça (17), ele passará pela audiência de custódia, na qual o juiz deverá expedir um mandado de prisão preventiva, para ele aguardar na prisão pelo julgamento.
"Fizemos um trabalho de investigação e ficamos alguns dias de campana no hotel em Interlagos onde estava escondido. Nesta tarde, conseguimos identificá-lo e o prendemos. Ele está negando o crime. Disse que é inocente", contou Wendel Luís Pinto Sousa Silva, delegado do 98º DP e comandante da operação, em entrevista coletiva no DHPP.
Cupertino estava foragido desde o crime e chegou a mudar de nome para Manoel Machado da Silva para tentar fugir da polícia. Ele passou por cidades do interior paulista, como Sorocaba e Campinas, do Paraná (Jataizinho) e do Mato Grosso do Sul (Ponta Porã), onde trabalhou como cuidador de gado em uma fazenda.
Em julho de 2020, o homem passou a compor a lista dos criminosos mais procurados pela polícia paulista. Houve a divulgação de fotos de possíveis disfarces dele.
No dia 28 de outubro, ele foi localizado em Eldorado, no Mato Grosso do Sul, mas conseguiu fugir. Na ocasião, a polícia achou a identidade falsa usada por ele na região. O documento foi cancelado. A prisão dele chegou a ser anunciada pela Polícia Militar no interior do Paraná, porém acabou desmentida logo em seguida pela Polícia Civil paulista.
Na entrevista coletiva, o delegado-geral da Polícia Civil, Osvaldo Nico Gonçalves, contou que por várias vezes chegou perto de prender Cupertino, no entanto ele conseguiu escapar por pouco.
"Na hora da prisão ele me viu e falou: 'Quase você me pegou na fronteira, hein!'. Ele tinha uma banca de sanduíche na fronteira. Encontramos o carrinho, mas ele não estava. Perdemos ele no Paraguai, numa barbearia, perdemos ele várias vezes", disse o delegado-geral, exaltando o trabalho feito pela Polícia Civil de São Paulo na prisão.
Nico Gonçalves também afirmou que agora o trabalho será identificar as pessoas que ajudaram Cupertino a fugir.
Fonte: Folhapress