O preço médio do gás de cozinha comercializado no Piauí é o mais caro de toda a região Nordeste, é o que mostra a pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre os dias 17 e 23 de abril deste ano, em 34 estabelecimentos nos municípios de Teresina, Piripiri, Picos e Parnaíba.
De acordo com a pesquisa, o menor valor do gás de cozinha encontrado no Piauí, nos 34 estabelecimentos pesquisados, foi de R$ 114. Já o maior valor foi de R$ 130. Com uma variação de R$ 4,58, o preço médio do produto no estado fica em R$ 122,48. Ficando em primeiro lugar entre os 9 estados no Nordeste.
No estado, entre as cidades pesquisadas, Teresina foi a que apresentou o menor preço, com botijões que variam, de R$ 114 a R$ 130. Já Piripiri apareceu com os preços mais caros, variando de R$ 128 a R$ 130.
Nordeste
No Nordeste, a Bahia é a que aparece com o menor valor. Um botijão de gás de 13kg, tem preço mínimo de R$ 88 e o máximo de R$ 130. Segundo a ANP, o preço médio na região é de R$ 107,07. No estado foram 170 estabelecimentos pesquisados.
Gás de cozinha representa 9,4% do salário mínimo e atinge maior média mensal do século.
O preço do gás de cozinha, o GLP (gás liquefeito de petróleo), atingiu a maior média mensal real (descontada a inflação) do século 21.
Os botijões de 13 kg estão sendo vendidos no Brasil a um valor médio de R$ 113,48, valor que representa 9,4% do salário mínimo. Essa é a proporção mais elevada desde março de 2007, quando o botijão custava R$ 33,06 e o salário mínimo era de R$ 350.
Os dados são de levantamento do Observatório Social da Petrobras, organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e que monitora as políticas e ações da empresa.
A pesquisa foi feita com base no preço médio mensal do GLP e na média de valores semanais para o mês de abril, divulgados nesta terça-feira (26) pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Em março, o gás alcançou o maior preço médio real da série histórica, que tem início em julho de 2001, quando o órgão regulador federal começa a divulgar os valores do gás de cozinha, vendido a R$ 109,31. Antes disso, o recorde tinha sido registrado em novembro de 2021, com o preço médio de R$ 106,50.
Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), a elevação do preço do gás e de sua participação no orçamento das famílias impulsionou o crescimento do uso de lenha no Brasil.
"Entre os anos de 2013 e 2016, de acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a população consumia mais GLP do que lenha. Mas a partir de 2017, a lenha voltou a ser mais utilizada do que o gás de cozinha nas residências do país. E, em 2020, esse consumo já era 7% maior do que o de GLP", afirma.
Os sucessivos reajustes no gás de cozinha e na gasolina fazem parte das principais preocupações de Jair Bolsonaro (PL) em seu projeto de reeleição para a Presidência da República.
No final de março, ele demitiu o então presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, em meio ao desgaste gerado por mega-aumento dos preços nos combustíveis promovido pela empresa. José Mauro Coelho foi nomeado para o seu lugar.
Fonte: Folhapress.