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Lula defende voto jovem para ajudar a mudar a história do Brasil

Em encontro hoje com jovens de Heliópolis, em São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância da participação da juventude no processo político e disse que as eleições deste ano são oportunidade para mudar o curso da história e definir o Brasil que queremos.  Deputado constituinte em 1988, quando da definição do voto facultativo para quem tem mais de 16 e menos de 18 anos, Lula defendeu que todos nessa faixa etária tirem o título para que possam ajudar a mudar a história do Brasil.

“Temos que mudar o curso da história e essa eleição é uma oportunidade de definir o Brasil que a gente quer. Vamos dizer para quem a gente conhece que tenha mais de 16 anos e não tem o título: não entre na do Bolsonaro. Você não tem que comprar fuzil, não tem que comprar pistola, não tem que comprar bala, não tem que comprar arma. Tire o título do eleitor e dê um tiro nas coisas ruins para a gente mudar a história desse país”, disse

Lula afirmou que, se a juventude não participar da política, fica difícil mudar e fazer com que melhorias cheguem a comunidades como a de Heliópolis, considerada a maior favela de São Paulo, assim como em toda a cidade. “Se a juventude não se mobilizar com 18 anos, não tiver vontade, fica muito difícil mudar o país. Se você quer mudar a sua cidade, você tem que participar, tirar o título de eleitor e participar da democracia do país”, afirmou, acrescentando ser preciso que os jovens prestem atenção nos parlamentares em que vão votar para que não elejam raposas para cuidar do galinheiro.

“Se você não analisar o histórico das pessoas, a vida das pessoas, o que que eles fizeram, você pode sempre estar colocando uma raposa para tomar conta das galinhas, achando que a raposa vai criar as galinhas. Ela não vai. Ela vai comer as galinhas”.

Oportunidades para todos

O ex-presidente defendeu que o Estado crie oportunidades e garanta a todos o direito de estudar. Ele lembrou dos avanços que o Brasil teve quando dos governos do PT, com grande processo de inclusão social e redução das desigualdades. “Fizemos mais de 170 campi avançados pelo país, fizemos faculdades de medicina em diversas cidades. As pessoas não podem ter seu acesso à educação definido pelo berço em que nasceram”, destacou.

A falta de consciência política, segundo Lula, leva a escolhas equivocadas como a das últimas eleições presidenciais que alçou ao poder um presidente sem qualidade moral, que estimula o ódio e a discórdia e consegue enganar, com mentiras, muitas pessoas bem-intencionadas.

“O Brasil nunca teve um presidente tão desqualificado moralmente. Um cara que não fala em emprego, não fala em educação, não fala em cultura, não fala em ciência e tecnologia, não fala em escola técnica, não fala em educação dos jovens, não fala em nada. Ele se alimenta do ódio que ele e a família dele transmitem todo dia pelas fake news”.

Educação como norte

No encontro organizados pela União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região (Unas), que está com a campanha “Bora votar, quebrada”, representantes  da comunidade, a maioria jovens, falaram sobre a realidade local e sobre a importância das políticas sociais dos governos Lula e Dilma para a melhoria de vida e inclusão social.

A jovem Sabrina, estudante da Universidade Federal do ABC, falou, por exemplo, da importância do Bolsa Família em sua história pessoal e do papel da educação para a emancipação da juventude.

“Eu sou filha de nordestinos. Meus pais não foram alfabetizados. O Bolsa Família me ajudou muito a colocar comida no prato. Se hoje eu curso bacharelado em políticas públicas, na Universidade Federal do ABC, criada na gestão do governo Lula e é o berço do sindicalismo brasileiro, foi justamente por políticas transversais que levaram a educação para todo o resto. Eu agradeço muito por isso.  Agradeço a oportunidade de ter ingressado no ensino superior, graças às políticas de uma gestão tão democrática quanto essa”, disse, defendendo o voto da juventude e que o ódio dos jovens seja transformado em educação.

O ex-ministro da educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse que o Brasil passa por uma revolução silenciosa com o acesso de jovens, como os de Heliópolis, à universidade, por causa de políticas públicas como Prouni e Sisu. “Essa juventude é que vai transformar o Brasil para valer. É Lula chegando com uma juventude para mudar o Brasil para valer”.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, o presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloisio Mercadante, e o vereador Eduardo Suplicy também participaram do encontro.