O governo Jair Bolsonaro (PL) convocou os primeiros 529 profissionais do Médicos pelo Brasil quase três anos após lançar o programa que substitui o Mais Médicos.
Nesta primeira etapa a ideia é encaminhar médicos e tutores para cerca de 2.000 cidades.
O novo programa foi criado em agosto de 2019 pelo então ministro Luiz Henrique Mandetta (União Brasil-MS), mas travou, entre outras razões, por causa da demora para regulamentar as atividades da agência que gere as contratações.
O governo desejava convocar os primeiros profissionais no primeiro ano de mandato de Bolsonaro e enterrar o Mais Médicos, criado em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT).
Com o atraso para emplacar o Médicos pelo Brasil e pressionada pela pandemia, porém, a Saúde voltou a recorrer à política que é uma das marcas da gestão petista.
O Ministério da Saúde estima que em três anos irá acabar com o programa antigo e manter cerca de 16 mil profissionais contratados no Médicos pelo Brasil.
O Mais Médicos mudou de rumo dias após a eleição de Bolsonaro, quando o governo cubano anunciou a retirada de seus profissionais.
Durante evento sobre a contratação dos primeiros profissionais do Médicos pelo Brasil, Bolsonaro fez críticas ao PT, a Mandetta e ao governo cubano.
"Grande parte deles [os médicos cubanos] não tinha qualquer qualificação", disse o presidente.
O ministro Marcelo Queiroga (Saúde) minimizou o atraso. "Enfrentamos uma emergência sanitária, todos sabem. A prioridade era enfrentar a Covid", disse ele.
A Saúde disse que deve disponibilizar mais de 4.600 vagas até o fim do ano no Médicos pelo Brasil. O investimento para as contratações é de R$ 783,6 milhões.
A pasta disse que levou em conta dados do IBGE e o percentual da população vulnerável nos municípios para definir o local de atuação dos profissionais.
Na primeira etapa, a Bahia receberá o maior número de trabalhadores (68) do novo programa.
"Outras mudanças estão no tipo de contração oferecida pelo programa, na modalidade CLT com todos os direitos trabalhistas, benefícios adicionais para atuação nas áreas mais distantes, plano de carreira e melhores condições salariais, com remunerações de até R$ 24 mil", disse a Saúde, em nota.
Fonte: Folhapress