Um grupo de entidades do Ceará está mobilizando a população de cidades com áreas que podem ser reconhecidas como pertencentes ao Piauí em um processo de litígio territorial, atualmente, está em fase de perícia técnica em execução pelo Exército Brasileiro, que também será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista à Rádio Cidade Verde na última quinta-feira (31), o presidente da subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Ibiapaba, informou que, além da entidade, o movimento conta com representantes de associações de comércio e turismo da região cearense que pode ser afetada com uma eventual anexação ao Piauí.
“Temos um imenso respeito e consideração ao estado do Piauí, é um estado irmão, vizinho, esse respeito sempre vai existir, agora nós, enquanto cearenses, também temos orgulho de ser cearense, amamos nossa terra e vamos defender cada centímetro do nosso território. Não é algo que levamos para o lado pessoal, é uma questão jurídica”, disse o advogado.
O litígio territorial entre Piauí e Ceará completa 142 anos em 2022. Os piauienses consideram um Decreto Imperial, de 1880. A estimativa é que sete municípios do Piauí ampliem seus territórios após a definição do novo marco divisório com o Ceará, que pode perder áreas na região da Ibiapaba onde se concentram um grande potencial agrícola, industrial e turístico.
De acordo com Helter Júnior, a mobilização do grupo visa discutir o assunto de forma ampla com a população dessa região, fornecendo informações que, em sua avaliação, estão sendo ignoradas pelas autoridades cearenses.
"Está havendo uma mobilização nesse sentido e vamos tentar levar nossa mensagem a todas as escolas. Faremos audiências públicas e fóruns, para que a gente possa estar disseminando essa mensagem, levantando essa bandeira para toda sociedade, porque há de certa forma um pouco de passividade do estado do Ceará nesse aspecto, nesse contexto”, reforçou Helter.
A previsão é que o Comando do Serviço de Cartografia do Exército Brasileiro e pelo Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) conclua este laudo territorial até o final do primeiro trimestre de 2022. Além disso, o deputado piauiense acredita que toda a documentação geográfica e histórica apresentada pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) possibilite uma nova vitória do Piauí em litígio territorial. Cidadeverde.com