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Após rebaixamento, atletas enumeram problemas no Flamengo-PI e diretoria rebate

Um time que perde duas partidas, três partidas seguidas têm como mudar, mas um time que perde oito, nove, dez jogos não têm como mudar mais

O rebaixamento do Flamengo-PI foi decretado na noite da última terça-feira (15) após derrota por 4 a 0 diante o Parnahyba, no Lindolfo. Em 2023, o clube irá disputar a segunda divisão do Campeonato Piauiense, mas fora de campo existem capítulos que prometem render muito enredo dentro dessa crise. O Rubro-Negro foi rebaixado com três rodadas de antecedência de acabar a primeira fase do Estadual e após a partida jogadores e diretoria concederam entrevistas que virou uma verdadeira batalha de acusações. O Flamengo, além da crise interna passa por uma investigação junto a Polícia Civil sobre a possível manipulação de jogos. 

“Desde o início, um time que perde duas partidas, três partidas seguidas têm como mudar, mas um time que perde oito, nove, dez jogos não têm como mudar mais então a coisa começou errado. Primeiro a organização, não temos organização nenhuma, nenhuma. Perdendo jogo e cobrança por parte da diretoria e nada de aparecer, colocar a cara. Vamos falar jogo de hoje, a semana toda ninguém treinou nada, nada. Refeição, na minha casa eu não como aquilo ali, a comissão se esforçando. Os caras com salários atrasados e vem dá vale para nós. Vai no aluguel ninguém aceita vale não, se não for inteiro vai morar na rua”, narrou o volante Pedro Ivo. 

Para a partida de ontem (15) contra o Parnahyba o Flamengo chegou faltando 30 minutos para o jogo começar e os poucos atletas relacionados, apenas 15 já chegaram ao estádio uniformizados e praticamente não foi feito trabalho de aquecimento. O jogo ainda teve um atraso de 22 minutos devido à ausência de médico algo que deveria ter sido providenciado pelo time mandante, no caso, o Flamengo. Entre as situações contadas pelos atletas a falta de estrutura e dia a dia precário no CT do Piauí, localizado na zona sudeste foi uma das pontuadas pelo grupo de jogadores. 

“Nosso material se nós lavarmos vem pro jogo, se não vai ficar sem ou vem com ele molhado. Segundo semestre está na porta aí e maioria tem 23 e 25 anos vamos nos empregar como? Com um currículo desse. A gente chegou no meio do campeonato (Piauiense) para um novo projeto, para reestruturar esse Flamengo que é gigante. Algumas pessoas já estavam vendo essas peças, esses jogadores que estavam nesse caminho (manipulação de jogos), em vez de tirar logo, deu no que deu. É como ele (Presidente Rubens) falou que sabia desde o começo do campeonato, porque não falou logo?”, frisaram os atletas, em especial o volante Pedro Ivo.
 
 

O Flamengo-PI fez 11 jogos dentro do Campeonato Piauiense e acumula um empate e 10 derrotas consecutivas. Apenas um ponto somado. Quatro gols marcados e 26 gols sofridos. A equipe ainda tem pela frente três jogos – dois contra o Altos e na última rodada da primeira fase programada para o dia 3 de abril encara o Cori-Sabbá.

Diretoria rebate atletas

Após as inúmeras reclamações feitas pelos jogadores o presidente do Flamengo, Rubens Gomes, fez questão de também dar entrevista falando que a maioria das reclamações dos atletas não condiz com a realidade atual do clube. Negou os salários atrasados, alimentação precária e disse que a postura dos atletas gira em torno de tentar tirar o foco do que realmente vem acontecendo, se referindo a possível manipulação de jogos e as investigações.

“Eu tenho a consciência que dei o meu melhor para o clube. Vários fatos que aconteceram no decorrer do campeonato que eu não posso afirmar nem revelar. Em relação ao rebaixamento é parte que clube nenhum quer, todos os grandes clubes como o Flamengo ser rebaixado é algo triste. Eu gostaria que eles falassem aqui, porque eles jogam assim e eles mesmo falassem o que falaram na delegacia, para o presidente e apontasse. Eles estão dentro de campo, eles sabem como funciona, dizem que sabem como funciona e estava na cara. Dentro de campo eu sou atleta, estou vendo algo errado e aceito, participo do jogo? É lamentável. Eu gostaria que eles tivessem apontado nomes”, fechou Rubens Gomes, presidente do Leão. 

 

A investigação em torno da suspeita de manipulação de jogos do Flamengo dentro do Estadual segue e o inquérito foi iniciado oficialmente atráves do delegado JJ, da DECCOTERC - Delegacia Especializada de Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as Relações de Consumo. O prazo inicial são de 30 dias, mas pode ser extendido. Até então, 10 jogadores, o próprio presidente do clube e membros da comissão técnico do clube foram ouvidos desde a última semana. Cidadeverde.com