O Ministério da Saúde incluiu nesta quarta-feira (5) crianças entre 5 e 11 anos no plano nacional de vacinação contra a Covid-19, mas sem a exigência de prescrição médica, como havia antecipado o ministro Marcelo Queiroga em dezembro. O anúncio acontece em meio à pressão de especialistas, secretários de Saúde e governadores, que vinham cobrando agilidade do governo federal.
A vacinação do público infantil contra a Covid-19 foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) há quase três semanas, em 16 de dezembro de 2021. Para a tomada de decisão, a agência analisou um estudo feito com 2.250 crianças que comprovou que o imunizante da Pfizer é seguro e eficaz, com benefícios que superam os riscos.
Mas o Ministério da Saúde resolveu adiar a decisão de incluí-las na campanha nacional para esta quarta, depois de elaborar uma consulta pública - encerrada no domingo (2) - sobre o tema. No questionário, que recebeu críticas de sociedades médicas e científicas, a maioria dos participantes já havia rejeitado a obrigatoriedade de prescrição médica para vacinar crianças.
"Tivemos, senhores, 99.309 pessoas que participaram nesse curto intervalo de tempo no qual documento esteve para consulta pública. Sendo que a maioria se mostrou concordante com a não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidade. A maioria foi contrária à obrigatoriedade de prescrição médica no ato de vacinação", disse ontem a secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite de Melo.
Mesmo com o aval da Anvisa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) já se manifestou contra a vacinação de crianças contra a Covid-19 em diversas ocasiões. Em 16 de dezembro, durante uma de suas lives semanais, ele anunciou ter pedido os nomes dos técnicos da agência responsáveis por aprovar a vacina ao público infantil, dizendo querer "divulgar o nome dessas pessoas".
Fonte: Folhapress