Os funcionários dos Correios conquistaram reajuste salarial de 9,75%. O percentual foi definido na Justiça, após julgamento no TST (Tribunal Superior do Trabalho) nesta segunda-feira (22), e vale nos salários e nos vales alimentação e refeição. Os aumentos são retroativos a agosto, que é a data-base da categoria.
De acordo com o Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba), o Judiciário também determinou o restabelecimento do adicional de 15% referente ao trabalho realizado aos sábados.
O diretor de comunicação do Sintect-SP, Douglas Melo, cita outro ponto do julgamento que considera como uma vitória para os trabalhadores, que é o veto à criação de um banco de horas.
Melo afirma que também ficou definida a reativação, no acordo coletivo, de cláusula que prevê a existência da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) em todas as unidades, e não somente nas de grande porte.
Na opinião do sindicalista, o resultado do julgamento é positivo para os trabalhadores. "Foi uma vitória significativa, tendo em vista todo esse processo envolvendo a categoria, que está lutando para manter seus empregos e contra a privatização", diz.
"Estávamos desde 1º de agosto sem um acordo coletivo. Fizemos várias reuniões com a empresa e mediações com TST, mas não houve êxito. Ocorreram greves pontuais em alguns locais do Brasil, mas, em São Paulo, não houve greve", acrescenta.
Segundo o dirigente sindical, a categoria é composta por aproximadamente 15 mil trabalhadores na cidade de São Paulo e 40 mil no estado.
Procurado para comentar o julgamento, os Correios disseram somente que "a empresa aguarda a expedição da certidão do julgamento ocorrido ontem (22), no Tribunal Superior do Trabalho".
CONTRA A PRIVATIZAÇÃO
Após a vitória no tribunal, Melo afirma que a categoria está empenhada em derrubar, no Congresso, o projeto de lei 591, que trata da privatização dos Correios. O projeto está em análise na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.
Fonte: Folhapress