Muito da vitória do Flamengo sobre o Corinthians teve componentes que passam longe da tática. A noite de quarta-feira no Maracanã foi de catarse, uma comunhão entre arquibancada e gramado que lembrou os melhores momentos recentes do clube e serviu para aumentar ainda mais a confiança a 10 dias da final da Libertadores. O gol de Bruno Henrique no fim selou uma vitória merecida para o Flamengo, que mesmo com o time bastante modificado foi superior ao Corinthians em todo o jogo, mesmo quando teve mais esforço do que inspiração.
À parte o emocional, a partida serviu também para que Renato Gaúcho tirasse algumas conclusões em relação às opções que terá na final da Libertadores. Se João Gomes e Thiago Maia fizeram partida impecável, o teste de colocar Diego mais avançado não funcionou, e Vitor Gabriel ainda não conseguiu mostrar que pode ser uma real alternativa em um cenário de necessidade.
Torcida empurra o time desde o início
Os 48 mil torcedores presentes no Maracanã jogaram junto com o Flamengo desde o início. Não à toa, o time começou animado, marcando em cima e sufocando o Corinthians, que demorou para conseguir passar do meio-campo.
O domínio inicial do Flamengo, porém, esbarrava em uma noite tecnicamente infeliz de seus atacantes. Kenedy, Vitinho e Vitor Gabriel não deixaram de tentar, mas erraram praticamente tudo, entre passes, finalizações e tentativas de tabelas. O centroavante até teve papel importante na pressão, recuperando algumas bolas, mas, quando precisou jogar de fato, não produziu.
Com apenas David Luiz como titular dentro do time considerado ideal, Renato manteve a formação de 4-4-2. A maior novidade foi a experiência com Diego novamente mais avançado, como há muito não se via no Flamengo. O camisa 10 fazia companhia a Vitor Gabriel na fase defensiva e recuava quando o time tinha a bola para participar da armação, mas não conseguiu ser efetivo.