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Sob protestos, Bolsonaro defende vacina em pronunciamento, destaca PIB e critica isolamento



O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu a vacinação em pronunciamento em rede nacional nesta quarta-feira (2) e destacou o avanço do PIB (Produto INterno Bruto), porém voltou a criticar políticas de isolamento social.

"Este ano todos os brasileiros que assim desejarem serão vacinados", disse.

A transmissão em cadeia de rádio e televisão ocorre no momento em que o governo tenta contornar o desgaste causado causado pela CPI da Covid no Senado e por protestos de rua contra Bolsonaro.

A fala ainda foi feita horas após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), prever a vacinação de toda a população adulta do estado (a partir de 18 anos) até o dia 31 de outubro.

Na CPI do Senado, os governistas são minoria. Os principais focos da investigação do colegiado são a demora nas negociações de vacinas, a defesa por Bolsonaro de remédios sem eficácia comprovada para a Covid e a formação de uma gabinete de aconselhamento paralelo sobre temas da pandemia.

O governo tem tentado reduzir a pressão política divulgando dados sobre a distribuição de imunizantes.

O Ministério da Saúde já havia celebrado, horas antes, que o país ultrapassou a marca de 100 milhões de doses distribuídas.

No entanto, 47,2 milhões das doses enviadas são da Coronavac, imunizante feito em parceria com uma farmacêutica chinesa que Bolsonaro chegou a anunciar que não seria comprada -pressionado, o governo acabou recuando.

Em outro flanco de desgaste para o Planalto, milhares de manifestantes em várias cidades do país realizaram protestos contra Bolsonaro sábado (29).

Houve atos em todas as 27 capitais brasileiras, com grandes concentrações em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em declarações nesta semana, Bolsonaro minimizou os movimentos de rua.

O governo, por outro lado, celebrou nesta semana o avanço de 1,2% do PIB no primeiro trimestre, anunciado nesta terça (1º).

"Lógico que ninguém está falando que vai crescer 6%, mas a previsão aí é no mínimo 4%, que já é um número bastante grande, levando-se em conta o uso político por causa da pandemia por parte de alguns", afirmou Bolsonaro.

A transmissão do discurso também ocorre no momento em que Bolsonaro é pressionado por projeções eleitorais.

Quatro dias após manifestações de rua pelo país, o presidente Jair Bolsonaro foi alvo de panelaços em capitais na noite desta quarta-feira (2), durante pronunciamento em rede nacional de TV.

Em São Paulo, houve panelaço em bairros como Santa Cecília (região central), Perdizes (zona oeste), Tatuapé (zona leste), Santana (zona norte) e Saúde (zona sul).

Pelo Brasil, também foram registrados em capitais como Recife, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Em Brasília, na Asa Norte, houve ainda gritos de "fora" e "genocida".

Esse tipo de protesto contra o presidente tem ocorrido desde março de 2020, quando foi declarada a pandemia do coronavírus, principalmente em ocasiões em que Bolsonaro faz declarações na TV.

 

Fonte: Folhapress



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