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Para evitar vexame, Maia tenta segurar apoio de DEM e Solidariedade em eleição na Câmara



Com a ameaça de racha no próprio DEM e defecções em partidos aliados, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), intensificou os esforços na reta final da eleição na Casa para tentar levar a disputa ao segundo turno e aumentar as chances de vitória de seu candidato, Baleia Rossi (MDB-SP).

Para isso, Maia tem o desafio de manter formalmente o DEM no bloco do presidente do MDB, evitando o constrangimento de ver seu próprio partido migrar para a base do deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato de Bolsonaro na disputa eleitoral.

A campanha de Baleia também age para evitar a saída do Solidariedade do bloco.
Dirigentes do DEM intensificaram o corpo a corpo junto a deputados indecisos para evitar um vexame político de Maia.

O objetivo é convertê-los e barrar um efeito manada à campanha adversária, que trabalha com a expectativa de atrair esses congressistas e vencer ainda no primeiro turno -são necessários 257 votos para que isso ocorra, se todos os deputados votarem. A eleição está prevista para segunda-feira (1º).
Na avaliação de aliados do atual presidente da Câmara, se conseguirem levar a disputa para o segundo turno, as chances de Baleia vencer crescem consideravelmente.

Além de Maia, o líder do partido na Câmara, Efraim Filho (DEM-PB), e outros aliados entraram no circuito para pedir a deputados que assinem lista que garantiria o partido no bloco de Baleia.
Na conta deles, dentro do DEM, Lira não teria os cerca de 20 votos que alardeia, e sim metade desse número.

No entanto, os aliados de Maia enfrentam o mesmo problema no DEM: não alcançam os 15 votos necessários para confirmar formalmente o partido no grupo de Baleia –50% mais um da bancada, que, hoje, tem 29 parlamentares.

Nos cálculos da cúpula da legenda, a divisão hoje é a seguinte: 11 deputados estão fechados com Lira, 10 com Baleia, e 8 são voláteis.

Presidente do DEM, ACM Neto afirmou a deputados da legenda que pretende assegurar as assinaturas de alguns congressistas da bancada baiana do partido no bloco de Baleia -exceto as de Arthur Maia e Elmar Nascimento, que já declararam voto no líder do centrão.

No início da semana, alguns deles se reuniram com Lira e se deixaram fotografar ao lado do candidato de Bolsonaro.

Além do DEM, Maia e seus aliados ainda trabalham para que o Solidariedade não vá para o bloco do rival e tentam convencer o PSOL a integrar o bloco de Baleia, mesmo com a candidatura independente da deputada Luiza Erundina (SP).

Isso tudo em meio à indefinição em relação ao PSL, partido pelo qual Bolsonaro foi eleito e que tem em suas fileiras alguns dos mais ferrenhos aliados do presidente. No ano passado, 12 deles tiveram as atividades parlamentares suspensas.

O presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), é aliado de Maia e, logo após a formalização de Baleia como candidato à sucessão do atual comandante da Casa, afirmou que o partido estaria no grupo do emedebista.

No entanto, bolsonaristas passaram uma lista com 36 assinaturas para retirar o PSL do bloco de Baleia e colocá-lo no de Lira.

A direção do PSL, que tem 52 deputados em atividade, diz acreditar ter conseguido recuperar quatro votos da sigla que iriam para Lira (PP-AL) e pretende apresentar nova lista na segunda-feira para levar o partido de volta ao bloco de Baleia.

A tendência é que haja uma guerra de listas na data da eleição que pode levar a questionamentos na Justiça.

O objetivo da campanha do emedebista agora é ao menos assegurar que ele tenha o maior bloco para fazer as duas primeiras indicações na Mesa Diretora e ficar com a primeira-vice-presidência e a primeira-secretaria.

A tendência, inclusive, é que haja briga no PSL pela posição a ser ocupada na mesa.
Major Vitor Hugo (PSL-GO), que apoia Lira, quer ser o vice-presidente e pode disputar com Bivar, indicado pela outra ala do partido.

Vitor Hugo até tentou garantir com o líder do PP uma indicação à vice-presidência caso o bloco dos integrantes do centrão fosse o maior. O mesmo chegou a fazer Bivar que, vendo a maioria do partido migrar para o lado de Lira, decidiu negociar com o líder do centrão.

A vaga, porém, já está prometida ao PL, que tem 33 deputados, o que complica a cessão do posto. Caciques do partido já avisaram que, caso Lira tente tirar essa prerrogativa da legenda, o partido pode retirar o apoio a ele.

A aliados Lira afirmou que baterá o martelo no sábado (30) sobre as indicações que serão feitas para ocupar a Mesa Diretora, a depender do bloco que terá. O DEM, por exemplo, diz acreditar que pode ter direito à primeira-secretária no grupo de Lira.

Fonte: Folhapress



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