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Mulher denuncia que foi estuprada por vizinho em matagal em Piripiri



A dona de casa Lidiane de Sousa Ferreira, de 30 anos, denunciou que na última quinta-feira (29), foi atacada e estuprada por um vizinho na Avenida Desembargador Antero Resende no residencial Petecas, no município de Piripiri, na região Norte do estado. 

A vítima, em entrevista ao Meio Norte, deu sua versão detelhada sobre como tudo teria acontecido. Lidiane de Sousa revelou que seu marido, Raimundo Sobrinho da Silva, de 47 anos, também foi atacado pelo acusado, identificado como Matheus da Silva Correia, com uma pedrada na cabeça, no qual sofreu várias lesões na cabeça precisou ser encaminhado Hospital de Urgência de Teresina (HUT). 

“Eu estava na minha casa com meu esposo bebendo e chegou um vizinho e sentou com a gente. Momentos depois ele vai pra casa dele e depois volta. Meu marido ficou do lado de fora fumando cigarro. Eu entrei para trocar de roupa e ir dormir. Quando eu chego de volta, meu marido estava desmaiado após ter sido atingido com uma pedrada na cabeça. Em seguida ele correu atrás de mim com a faca dentro de casa e quebrou minhas coisas. Ele me levou para um matagal próximo a casa dele e me violentou. Ele fez eu fazer sexo com ele sem querer, com a faca e uma pedra na mão. Ele me levou pra casa dele me manteve até às seis da manhã com a faca sempre do lado cama, se eu gritasse. Fez eu sair de lá normalmente e fez eu prometer que não denunciaria, se não me mataria”, explicou. 

A dona de casa então procurou a delegacia regional para denunciar o caso. Segundo o advogado da vítima, Humberto Chaves, ela foi destratada pelo delegado Jorge Terceiro durante seu depoimento, no qual teria alegado que ela estava mentindo. 

“Teve um problema quando ela foi registrar a situação. Ela foi torturada psicologicamente para que ela assumisse que não tinha sido estuprada, sendo que isso não é verdade. Torturaram ela psicologicamente. Disseram que ela estava mentindo. Teve discussão com o delegado, porque ele não poderia falar daquele jeito com ela, constrangendo uma pessoa que foi vítima de estupro. O acusado foi conduzido mas foi solto pelo delegado. O acusado confessou que desmaiou o marido dela com a pedra e negou que a estuprou, mas essa é a versão dele no inquérito. Ela ficou completamente em estado de choque, não queria ir na delegacia e nem prestar depoimento”, explicou. 

O acusado Matheus da Silva Correia já responde por outro processo por crime de estupro cometido em setembro do ano passado. A defesa da vítima informou ainda que realizou o pedido da troca do delegado diante do andamento do inquérito. Além disso, a situação também foi levada ao Promotor Dr. Marcelo, da cidade de Piripiri. 

“Eu entrei em contato com o delegado geral Lucy Keiko e pedi outro delegado para que presida o inquérito. O indivíduo é o acusado já responde por outro estupro em Piripiri. O delegado resolveu proteger o acusado. O delegado Marcelo Leal (gerente de policiamento do interior), não designou outro delegado e ela se recusou prestar depoimento ao Jorge Terceiro e preferiu ficar em silêncio”, pontua. 

Lidiane de Sousa fez os exames de Corpo e Delito em Teresina, na Maternidade Evangelina Rosa e vai prestar depoimento diante do Ministério Público, conforme informações da defesa. 

Delegado apresenta outra versão 

A reportagem procurou o delegado Jorge Terceiro, da Delegacia Regional de Piripiri, que deu sua versão acerca do que foi apresentado pela vítima e pelo advogado. De acordo com o titular, a defesa apresenta uma versão equivocada. Segundo ele, diversas pessoas foram ouvidas, inclusive o marido de Lidiane na última sexta-feira (30), no qual houve conflito de versões. Além disso, as informações apresentadas iam contra o alegado pela vítima. 

“O procedimento foi instaurado. Ela nem chegou a ser ouvida. Ele próprio fez com que ela não prestasse depoimento. Tem dezenas de pessoas aqui de testemunhas. Os policiais foram na residência do acusado no dia e ao chegarem lá encontraram a mãe dele, que disse que era mentira a versão apresentada por ela. Ela disse que a própria Lidiane chegou com ele e foi para o quarto dele. Ela viu quando ela saiu do quarto do filho dela, normalmente. Houve essa discordância de informações. Vizinhos até viram. A vítima não quis registrar a ocorrência depois da orientação do advogado. Várias pessoas foram ouvidas e iam contra o que ela dizia. As circunstâncias e o local não batiam com o que falavam. O advogado se apresentou muito exaltado aqui na delegacia. Não houve nenhuma testemunha ocular e as declarações das pessoas foram contra o que ela falava”, explicou Jorge Terceiro. 

O delegado informou que o caso foi encaminhado para a delegacia da mulher de Piripiri, que ouviu mais pessoas. “Foi determinado que tudo o que veio para cá, seja repassado para a delegacia da mulher, a delegada inclusive já ouviu mais pessoas. Em dez anos como delegado, eu nunca vi um advogado numa condução de um indivíduo que está sendo acusado de estupro, orientar a vítima a não falar. Em anos de área jurídica, não vi um caso desse tipo. A palavra da vítima conta muito. Ao ver que a versão dela não estava batendo, ele orientou ela a não prestar declarações. O descontrole emocional dele foi fora do sério”, destacou. 

Briga entre esposa da vítima e acusado

Em relação à esposa da vítima, o delegado relatou que teria havido uma briga entre ele e o acusado do crime devido uma dívida de R$ 100.  “O rapaz alegou que teve uma briga com o marido dela por uma quantia de 100 reais que ele estaria devendo. O próprio marido dela confirma que tocou no assunto com ele na hora. Eu interroguei o rapaz. Eles foram todos ouvidos. Estava tendo muito conflito de versões. Foram todos ouvidos na sexta-feira”, finaliza. O caso segue sendo investigado. 

Fonte: Meio Norte



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