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Categoria: Polícia
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Publicado: Sexta, 16 Março 2018 07:35
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Escrito por Redação
A piauiense e líder nacional do movimento das quebradeiras de coco babaçu - que sofreu um atentado no Estado - será incluída no programa de Proteção à Vida.
Hoje, com a morte da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), o movimento vai agilizar o pedido ao Ministério da Justiça.
Francisca da Silva Nascimento, 36 anos, sofreu uma tentativa de homicídio no início do mês, devido a conflitos por território e acesso a água no município de São João do Arraial ( a 253 km de Teresina).
O atentado sofrido pela coordenadora geral do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) seria um represália ao mutirão de limpeza de uma área, no município de São João do Arraial, que ocorre desde novembro do ano passado, para que mais de 20 comunidades tivessem acesso a água do açude Santa Rosa. “A gente está na retomada de água, de um açude que foi arrombado há mais de dez anos. Eles tinham arrombado a represa da água e isso trouxe muitos prejuízos porque ficamos sem água para viver. Cortaram a parede que segurava a água para nós. Secaram o açude para que eles fizessem uma roça, plantar arroz, essas coisas. Estamos sofrendo por água”, comentou a quebradeira de coco.
Em entrevista ao Cidadeverde.com, Francisca Nascimento explicou que estava recebendo constantes ameaças até que no dia 3 de março precisou ser rápida para não ser esfaqueada pelas costas. Ela contou detalhes de como aconteceu.
“Eu já perdi as contas do quanto fui ameaçada, mas no dia 3 de março, foi a primeira vez que tentaram me matar. Eu fui abordada por um casal. Estava em uma moto com a minha irmã, quando a mulher me abordou e começou a conversar, o marido dela veio por trás com uma ‘faca de cozinha’ e tentou me furar. Rapidamente, eu percebi, gritei, e o empurrei. Minha irmã ‘arrancou com a moto’ e conseguimos sair de lá", contou Francisca.
Francisca Nascimento explicou que o movimento das quebradeiras, em parceria com outras entidades, busca retomar o açude para que mais de 300 famílias voltem a ter melhor acesso à água na região dos Cocais.
O movimento das quebradeiras de coco integra mais de 350 mil trabalhadores nos Estados do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins. Com o programa "Diálogos sobre territórios", o movimento desperta na população o direito a terra, água, as fontes naturais e acesso livre aos babaçuais. Cidadevderde.com