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Dublador de personagens de 'Chaves' e 'Pokémon' morre aos 65 anos



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Quando novo, o Júnior seguia o José Parisi pai nos seus trabalhos como galã para a TV, na extinta Tupi, e na AIC, primeiro grande estúdio de dublagem paulista.

Anos mais tarde seria ele mesmo ator, dublador e diretor. Atuou nas novelas "O Direito de Nascer", na Tupi, e "Os Imigrantes", na Bandeirantes. Mas ganharia notoriedade mesmo após 1991, quando abriu seu próprio estúdio de dublagem, o Parisi Vídeo, que abarcava alguns dos principais animes japoneses da época.

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Além de dirigir as dublagens, José foi a voz do vilão Marik Ishtar, de "Yu-Gi-Oh!", e Giovanni, o líder da equipe Rocket, em "Pokémon". Fez também a versão brasileira de Horacio Gómez Bolaños, o Godinez, do seriado mexicano "Chaves". E do deus Morpheus numa das temporadas de "Os Cavaleiros do Zodíaco".

Sua empresa também foi responsável por dublar filmes, como "Assassinato no Expresso do Oriente", "Eu, Robô" e "Esqueceram de Mim 4", mas fechou em 2005. Desde então, virou diretor de outro estúdio.

Há dois anos, reencontrou uma dubladora com quem trabalhou durante duas décadas. Apaixonaram-se. Em casa, o que fazia sucesso era seu romantismo. Mandava vários poemas para a Adriana, que ele mesmo escrevia. E sempre fazia panquecas -dizia ter sabor de infância.

Nas cinco relações anteriores, sonhou com um filho que não veio. Até descobrir, aos 64 anos, que a mulher de 47 estava grávida. Não acreditou, já não tinha esperança de ser pai. "Minha vida agora está com uma cor diferente. Não consigo ficar mais triste", disse depois que Arthur nasceu. Curtiu o bebê por poucos meses, até sofrer um infarto, que o levou ao hospital há 40 dias.

Durante a internação, José descobriu um câncer no pulmão em estágio avançado. Morreu no dia 27 de agosto, aos 65 anos. Deixa a mãe, Dirce, a esposa, Adriana, e o filho Arthur, com oito meses.



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